“Quando algo é importante o suficiente, você realiza, mesmo que as chances não estejam a seu favor.”
Elon Musk
Hoje quero dedicar esta minha pequena contribuição textual a uma (ou várias) célebre personalidade portuguesa, um génio do seu tempo e do nosso, uma das poucas (ou muitas) pessoas que no século XX fora uma (ou várias) personalidade de destaque no panorama nacional e internacional. Estou a falar de Fernando Pessoa.
A sua coletânea poética é um grande marco na evolução literária do nosso país. Se dele recebemos este emblemático legado, Fernando Pessoa foi mais além da mera criação de novas técnicas artísticas e literárias por ter nos dado uma perspetiva daquilo que seria uma crítica literária.
Fernando Pessoa não era um só, era vários, os seus heterónimos faziam dele um super-herói multifacetado: Alberto Caeiro, Álvaro Campos e Ricardo Reis… Todos eles, e muitos mais, nos deixaram um legado magnífico que nunca deve ser esquecido.
Eu e o Fernando Pessoa temos coisas em comum, aos 7 anos foi para a Africa do Sul, e mais tarde foi cônsul na cidade de Durban. Eu nasci em Joanesburgo e ía muitas vezes a Durban. Aos 15 anos, quando ingressou numa universidade de Cape Town, já tinha uma coletânea de obras literárias impressionantes. Eu, com 4 anos fazia experiências com os meus cães e desenvolvi técnicas impressionantes como trepar às arvores para comer magnórios e escapar à minha ama para brincar na rua.
Ponho-me a pensar: da Africa do Sul só saem pessoas loucamente geniais! Fernando Pessoa era um louco quadripolar, mas isso o fez deixar um legado magnífico, – Durban! Elon Musk, o louco que quer ir viver em Marte, – Pretória! J.R.R Tolkien, o talentoso cérebro por de trás da saga do Senhor dos Anéis,- Bloemfontein! Como diziam Jeff Procaro e David Paich, “Benditas as chuvas que caem em Africa”, na música Africa. Eu também queria deixar uma marca minha no mundo, já sou louca, levei com muita chuva de Africa, porque aliás, um dos meus passatempos favoritos era fugir de casa toda nua para o pátio principalmente em dias de chuva, agora só falta a parte de deixar um legado artístico: escrevo poesia, pinto, desenho, agora estou a descobrir a fotografia… quem sabe um dia alguém possa escrever: Dévora Cortinhal era louca, (qualquer coisa) – Troyeville!
Bem, Fernando Pessoa era além de tudo um amante da gastronomia portuguesa, muito ele gabava as costeletas de porco, os bolos, os figos, as nozes, queijos, sardinhas e outros alimentos nas suas obras.
De todas as receitas lusas, separei a que faz parte da lista de sobremesas e que é a sua predileta – o arroz-doce com canela. Fazia os seus olhos cintilarem por trás das lentes redondas dos seus célebres óculos; sendo imortalizado nos versos de um poema, que reproduzo a seguir:
Quadra popular
O manjerico e a bandeira
Que há no cravo de papel.
Tudo isso enche a noite inteira,
Ó boca de sangue e mel.
Manjerico que te deram
Amor que te querem dar…
Recebeste o manjerico
O amor fica a esperar.
Ai, os pratos de arroz-doce
Com as linhas de canela!
Ai a mão branca que os trouxe!
Ai essa mão ser a dela!
Manjerico, manjerico,
Manjerico que te dei,
A tristeza com que fico
Inda amanhã a terei
E agora, claro, a receita do arroz-doce com canela
Ingredientes:
100 g de açúcar
75 g de arroz
150 ml de leite
100 ml de água
3 cascas de limão
Canela em pó q.b.
Preparação:
- Ferva o leite com as cascas de limão.
- Leve ao lume um tacho com a água e, quando estiver a ferver, adicione o arroz. Deixe cozer durante 4 minutos.
- Adicione o leite quente (sem as cascas de limão), aos poucos, deixando cozinhar por mais 35 minutos, em lume brando e mexendo sempre.
- Acrescente o açúcar e deixe ferver novamente.
- Deite numa travessa, deixe arrefecer e depois sirva, polvilhado com canela em pó.
Bom apetite!
Dévora Cortinhal