As crianças inglesas iniciaram esta segunda-feira o regresso às aulas, o primeiro passo do alívio gradual do confinamento decretado em janeiro para controlar a pandemia covid-19.
Crianças entre os cinco e os 11 anos foram as primeiras, devendo os alunos das escolas secundárias e universidades voltar nos próximos dias de forma faseada.
A reabertura das escolas na segunda-feira diz respeito apenas a Inglaterra, pois cada nação britânica vai desconfinar ao seu próprio ritmo.
As crianças da Irlanda do Norte com idades entre os quatro e oito anos também voltaram hoje às aulas e serão seguidas em 22 de março por alunos com idades entre 13 e 18 anos, e os outros em abril.
As escolas na Escócia reabriram no mês passado para crianças de quatro a sete anos, e outras idades deverão voltar parcialmente a partir de 15 de março, um calendário semelhante ao adotado no País de Gales.
Para garantir o regresso às aulas, as autoridades de Inglaterra determinaram o uso de máscara dentro das salas para alunos do ensino secundário, que também terão de sujeitar-se a testes duas vezes por semana.
Esta medida levantou algumas críticas dos pais, mas também de especialistas como a estatística Sheila Bird, da Royal Statistical Society, que disse à BBC que existe uma a “alta probabilidade” de os testes rápidos produzirem um resultado falso positivo, o que pode forçar famílias inteiras a ficar em isolamento desnecessariamente.
Para a inspetora-chefe de escolas inglesas, Amanda Spielman, porém, o ensino remoto tem sido “um verdadeiro desafio” para muitas crianças que enfrentam “tédio”, “solidão” e “ansiedade”.
“Os danos à saúde mental são muito claros. Sabemos que há muito mais ansiedade, depressão e perturbações alimentares em crianças e jovens”, afirmou o professor Russell Viner, presidente da universidade Royal College of Pediatrics and Child Health, à Times Radio.
“O que não sabemos é se provocou uma ferida superficial que vai sarar quando eles voltarem para a escola, ou se vai deixar cicatrizes no longo prazo”, disse.
Graças à campanha de vacinação, que já administrou uma primeira dose a 22 milhões de pessoas, o Governo começou hoje a aliviar as regras muito rígidas que afetam a vida social, tendo autorizado que duas pessoas possam socializar ao ar livre e residentes de lares de idosos recebam visitas.
Porém, a reabertura do comércio não essencial e esplanadas de pubs e restaurantes só está prevista para 12 de abril, 10 semanas antes do levantamento de todas as restrições, programado para 21 de junho.
O confinamento iniciado em janeiro foi mais rígido e longo do que os anteriores, tendo sido introduzido para conter a disseminação de uma nova variante mais contagiosa do coronavírus que apareceu em Inglaterra.
Perante a queda nas infeções e hospitalizações, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deu luz verde no final de fevereiro para reabrir as escolas, que estavam no topo da lista para tirar gradualmente o país de restrições devastadoras para a economia.
“A reabertura de escolas tem sido a nossa prioridade e o primeiro passo no nosso roteiro para voltar à normalidade”, enfatizou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, numa mensagem publicada na rede social Twitter.