Mais de 40 empresas portuguesas este domingo à MICAM, que decorre em Milão de 18 a 21 de setembro, para apresentar as grandes tendências para a próxima estação, depois de o setor ter registado o melhor desempenho de sempre no primeiro semestre deste ano.
De janeiro a junho, Portugal exportou 40 milhões de pares de calçado, o que representa um crescimento de 22% face ao ano anterior. O valor ascendeu aos 957 milhões de euros, mais 27,5% que em 2021.
Apesar de a presença na feira ter aumentado face à última edição – em que foram 35 -, está muito aquém daquilo que em tempos foi. “A presença na feira aumentou de grosso modo 10% relativamente à última, mas está ainda longe do que era há sete ou oito anos. Houve também uma quebra muito significativa por via da pandemia”, afirma Paulo Gonçalves, porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS).
Receios quanto à evolução dos negócios e o facto de se ter acabado por tornar “uma feira mais europeia” levou uma percentagem muito expressiva de empresas a ainda não ter regressado. “Uma feira como esta habitualmente recebe clientes de todo o mundo, mas nos últimos dois anos tornou-se uma feira mais europeia. Asiáticos, americanos e até os russos deixaram de vir, e isso tem algum impacto para o nosso setor”, afirma Paulo Gonçalves, realçando que na última década a aposta do setor é na procura de novos mercados.
“Achamos que a partir do próximo ano vamos ter aqui um fôlego em matéria de promoção comercial externa, temos a expectativa que o Governo rapidamente liberte o novo pacote de apoio a promoção externa – esta semana anunciado”, salienta.
Apesar da desistência por parte de muitas empresas, a APICCAPS insiste que a presença nestes certames – assim como a aposta noutras formas de promoção – é essencial para combater as adversidades que se avizinham.