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BOM DIA fechado 24 horas por solidariedade com os jornalistas portugueses

© sindicato dos jornalistas

40 anos depois, os jornalistas portugueses voltam a estar em greve esta quinta-feira, dia 14 de março. O BOM DIA, apesar de ser um jornal da diáspora, tem jornalistas em Portugal e está solidário com esta iniciativa. Assim, não há notícias no BOM DIA durante 24 horas, este dia 14 de março: das zero horas às 23:59, hora de Lisboa.

“Nós não fazemos greve há 40 anos e nesses últimos anos houve uma degradação enorme da profissão de jornalista, a nível salarial é outro mundo, os salários são hoje muito baixos. Estamos a falar de um salário médio na ordem dos mil euros”, disse Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, acrescentando que esta situação “é inaceitável, não é digno”. Além disso, o jornalismo “é a profissão cuja precariedade além de regra, é maior do que em qualquer outra”.

“Isto bastaria para fazer uma greve. Mas não é só isso, temos redações com cada vez menos pessoas, a fazerem mais, ou seja, as pessoas que ganham cada vez menos têm cada vez mais trabalho e têm que dominar imagem, escrita, em muitos momentos som e edição e pagam-nos o mínimo”, destacou.

Luís Simões lembrou como foi decidida a greve. A decisão da greve é tomada num congresso realizado em janeiro em Lisboa, no qual o BOM DIA esteve representado. “Havia três moções a apelarem à greve; por uma questão de união nós decidimos juntar as moções só numa e o congresso votou só uma moção. O que é fantástico e deve ser dito é que a moção foi aprovada sem um voto contra”, lembrou.

Apesar do consenso, houve dúvidas sobre a data em que devia ocorrer a greve porque “alguns de nós achavam que a greve devia ser durante a campanha eleitoral ou mesmo no dia das eleições e a maioria achava que não, porque era um momento importante para a democracia, tal como nós somos importantes para a democracia”, afirmou.

Assim, “decidiu-se que a greve teria de decorrer num momento em que ainda se tivesse a discutir o Governo, logo a seguir às eleições e com o congresso bem presente na cabeça. E pronto, assim chegamos ao dia 14 de março”.

Os jornalistas portugueses pedem aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial da remuneração dos freelancers; garantia de um salário digno à entrada na profissão e de progressão regular na carreira; pagamento de complementos por penosidade, trabalho por turnos e isenção de horário; O fim da precariedade generalizada e fraudulenta no sector, pelo recurso abusivo a recibos verdes e contratos a termo; entre outras reivindicações que pode ler aqui.

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