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“Benidorm Dreams” – fotógrafo transforma arquitetura vertical em algo belo

Benidorm Dreams é um projecto do espanhol Roberto Alcaraz que faz de Benidorm a protagonista da sua fotografia arquitectónica como ninguém o havia feito antes. Um fotógrafo que faz uso da narrativa das suas imagens como que estando a fazer uma pergunta a quem as vê: o que vêem aqui e que não encontram noutro lugar?

Roberto Alcaraz quis, com as suas belas fotografias, transformar a imagem que se tem da cidade de Benidorm, inundada por turistas do sol e da praia ou por quem procura apenas festas e álcool. Por isso, nas fotos de Alcaraz, os protagonistas não são pessoas, mas sim o espaço. Benidorm é deveras uma cidade especial, “tem um microclima”, segundo alguns, e é por isso que é uma referência constante em noticiários que falam sobre o sol, praias e hotéis lotados com 90% da capacidade.

Uma cidade vocacionada para o turismo, férias, luzes e edifícios que nascem no sopé do mar para se fundirem com o céu. Talvez não saibam, mas Benidorm é a segunda cidade do mundo com mais arranha-céus (depois de Manhattan) e foi isso que atraiu o fotógrafo espanhol: os seus prédios.

É verdade! Pasmem-se: Benidorm é a cidade com mais arranha-céus por habitante no mundo e a segunda no mundo com mais arranha-céus por metro quadrado, depois de Nova Iorque. E o fotógrafo Roberto Alcaraz, na sua conta do Instagram @benidorm_dreams debruça-se sobre este facto, apresentando uma imagem mais serena e elegante desta Meca do turismo low cost. Revela-nos uma cidade diferente, de cores, com toalhas a secar em varandas salteadas de edifícios sem fim, de sombras no asfalto e nas paredes, das geometrias de telhados e janelas.

Sem querer, Alcaraz faz uma das maiores odes do concreto espanhol encontrado na cidade de Benidorm. Nele, a arquitectura compete na fama com as hordas de turistas ao sol. Ou, como afirma o próprio na sua biografia do Instagram: “Coisas comuns. Lugares comuns. Fotos comuns”. Uma espécie de mantra que reivindica o valor do comum como catalisador da alegria.

“Estou muito interessado no comum, acessível a todos, e estes locais atendem a esse requisito. Por outro lado, são cidades que, à primeira vista, não têm raízes, são feitas para agradar a todos e, em muitos casos, a sua construção foi rápida e improvisada, sem aderir a um plano urbano de longo prazo. Todos esses factores alienantes dão um aspecto da «terra de ninguém» e, por sua vez, conferem o seu próprio carácter e uma entidade que os torna um género em si”, afirma o fotógrafo.

“Eu acho que o minimalismo reside nas reticências. Eu gosto dos trabalhos que me permitem adicionar minha parte. É por isso que, no palco do que mostro, dou ao observador todo o espaço para ele adicionar as suas personagens”. No fundo, uma Benidorm que os seus olhos vêem, a sua câmara regista e nossa imaginação completa.

A expressividade geométrica das suas imagens é notável. A linearidade perfeita das suas varandas, a simetria das suas janelas… “Estou sempre relutante em retocar. Intervenho na luz, na cor, no contraste, mas geralmente não altero o conteúdo. Se houver um saco no chão, ele permanece lá. O mais complexo é encontrar o ângulo. Se eu quero isolá-los ou se quero reunir muitos na mesma cena. É preciso andar muito, dar a volta ao prédio ou afastar-me muito para tentar captá-lo à distância “, explica. “Para mim, tirar estas fotos é como ir a uma aula de ioga, envolve muito esforço e concentração, mas é muito reconfortante”.

Ora vejam pelos vossos próprios olhos ou visitem a sua conta de Instragram.

E se gostarem, no site Objectif Editions, podem obter cópias limitadas do trabalho de Roberto Alcaraz.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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