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Putin diz-se aberto à paz mas atira farpas a Zelensky

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O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou esta sexta-feira ser favorável ao reinício das negociações de paz com a Ucrânia, mas manifestou dúvidas sobre a legitimidade do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, cujo mandato expirou no passado dia 20.

“As conversações de paz devem ser retomadas, não com um ultimato, mas com bom senso”, disse Putin, numa conferência de imprensa em Minsk, capital da Bielorrússia.

Putin apelou à Ucrânia para regressar à mesa das negociações, mas avisou que o objetivo final das conversações deveria ser “a assinatura de documentos juridicamente vinculativos” e que o regresso às negociações não poderá assentar apenas nas exigências de uma das partes.

“(Regressem as negociações) mas com base na situação atual no terreno. Estamos prontos”, garantiu o líder russo, mas lançando uma questão: “Com quem negociar? Esta não é uma questão trivial (…). A Rússia está consciente de que a legitimidade do atual chefe de Estado (ucraniano) expirou”.

E prosseguiu: “Um dos objetivos da conferência [internacional] que foi anunciada na Suíça é que a comunidade ocidental, os patrocinadores do atual regime de Kiev, confirmem a legitimidade do atual ou já não atual chefe de Estado”.

Quando for o momento certo, sublinhou Putin, Moscovo deve ter “a certeza absoluta” de que está a dialogar com um “poder legítimo”.

Estas declarações de Putin surgem num momento em que as tropas russas estão a ganhar terreno tanto no Donbass (leste ucraniano) como na segunda frente de combate que o exército russo abriu em Kharkiv (nordeste).

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

Mais de 70 chefes de Estado e de Governo confirmaram presença até ao momento na Conferência para a Paz na Ucrânia, que decorrerá entre 15 e 16 de junho na Suíça, indicaram esta semana fontes oficiais helvéticas.

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