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Empresas portuguesas procuram parcerias nas Filipinas

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou, em Manila, que existe “muito interesse” da parte de empresas portuguesas em parcerias com congéneres filipinas nas áreas da energia e digital, aproveitando o “potencial considerável” das relações bilaterais.

João Gomes Cravinho, que chegou quinta-feira à capital das Filipinas, falava aos jornalistas no final de um encontro com o homólogo filipino, Enrique Manalo, com quem analisou a dimensão económica das relações bilaterais e o papel de Manila como coordenador do diálogo das relações entre a União Europeia (UE) e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

“Temos, agora, numa altura em que as nossas sociedades e economias estão a atravessar transições importantes, muitas oportunidades que poderemos aproveitar em conjunto. A transição verde, em que a energia tem um papel muito importante, é uma dessas oportunidades e há muito interesse, da parte de empresas portuguesas, em contar com as congéneres filipinas. A transição digital é outra das áreas que as empresas portuguesas podem criar parcerias”, exemplificou Gomes Cravinho.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou também outras áreas, “mais tradicionais”, em que se poderão expandir as relações económicas, realçando a agrícola, que envolve a componente da mobilidade de trabalhadores, “pois Portugal gostaria de aproveitar a experiência da força de trabalho filipina para trabalhar no país”.

“Temos oportunidades nos setores do Turismo, área importante para os dois países, na Defesa, na Educação e na cooperação marítima. A nível cultural, há também várias oportunidades para intensificar as nossas relações, algo que iremos agora trabalhar”, frisou Gomes Cravinho.

“As relações entre Portugal e as Filipinas têm um potencial considerável. Já nos conhecemos, contudo, há mais de 500 anos. No campo político, temos excelentes relações, criadas há 77 anos, desde a independência das Filipinas [04 de julho de 1946]”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.

No contexto das relações políticas internacionais, Gomes Cravinho destacou o papel que as Filipinas têm desenvolvido nas relações entre a UE e a ASEAN.

“É altura de aumentar a convergência política à medida que o munda se altera rapidamente, muitas vezes de forma preocupante”, sublinhou, realçando a “convergência de pontos de vista” sobretudo na questão da invasão russa da Ucrânia, com Lisboa e Manila a defenderem ser necessário garantir a integridade territorial e a soberania ucraniana.

Em Manila, o chefe da diplomacia portuguesa teve uma reunião de trabalho também com o ministro da Energia filipino, Rafael Lotilla, e encontros com o chefe da delegação da UE e com o presidente da Câmara de Comércio UE-Filipinas.

Gomes Cravinho iniciou segunda-feira passada uma visita oficial à região, com passagem pela Indonésia, Timor-Leste e Filipinas, para discutir a intensificação das relações económicas, com o potencial de cooperação nas energias renováveis em destaque. 

Os líderes dos atuais Estados-membros da ASEAN aprovaram em maio um roteiro para a adesão plena do país de língua oficial portuguesa ao bloco económico, que conta com 650 milhões de habitantes. 

Na terça-feira, o primeiro-ministro português, António Costa, defendeu em Díli que as empresas portuguesas devem “aumentar a sua presença” em Timor-Leste e aproveitar a “enorme oportunidade” criada pela entrada do país na ASEAN.

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