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Corrigir o passado de olhos postos no futuro

© Lusa

Finalmente, no dia sete de novembro de dois mil e vinte e três, o Dr. António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República. Não foi fácil, mas depois de uma série de “casos e casinhos” ligados a vários membros do Governo, chegou a vez de ser o próprio Primeiro Ministro um dos visados numa polémica. É de tal forma gravosa esta mais recente polémica que António Costa não teve outra opção senão demitir-se.

António Costa reuniu uma maioria absoluta concedida pelos portugueses nas últimas eleições, depois de a “geringonça” que encabeçava ter ruído com um chumbo do Orçamento de Estado para 2022. A novela que terminou com um final triste para o Bloco de Esquerda e para o Partido Comunista Português foi sorridente para o Partido Socialista, que obteve uma maioria absoluta caída do céu. Contudo, como diz o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no seu mais recente livro intitulado “O Primeiro-Ministro e a arte de governar”, “A vitória em eleições legislativas e a Constituição da República conferem-lhe (ao Primeiro-Ministro) legitimidade democrática, mas não lhe garantem o reconhecimento de autoridade no exercício das suas funções. A autoridade tem de ser conquistada e cultivada todos os dias”. Ora, apesar de António Costa e o Partido Socialista terem obtido uma maioria absoluta, a verdade é que confundiram maioria absoluta com poder absoluto, que são duas coisas totalmente distintas. E ao longo deste ano e pouco de Governo de António Costa, a sua autoridade foi sendo fragilizada dia após dia, semana após semana.

O caso da renacionalização da TAP foi, sem dúvida, o ato mais estapafúrdio do executivo de António Costa. Não só para os portugueses que “enterraram” mais de três mil milhões de euros na companhia, como para o próprio Governo, que perdeu uma série de membros à conta dessa renacionalização por mera cegueira ideológica e viu, progressivamente, a sua reputação reduzida. Relembro que Pedro Nuno Santos se demitiu após o conhecimento público de uma indemnização milionária paga a Alexandra Reis, sem qualquer fundamento e a lesar, de forma notória, os portugueses. E vejo importante recordar este acontecimento uma vez que tem sido apontado para substituto de António Costa este mesmo Pedro Nuno Santos. Sinceramente, caros leitores, não vejo forma de confiar no Partido Socialista para o que quer que seja. Numa altura em que o líder do Partido Socialista, António Costa, se demite do cargo de Primeiro-Ministro por estar a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça por crimes de corrupção, tráfico de influências e prevaricação, numa altura em que o Partido Socialista podia e devia querer retificar a sua imagem, depois do legado de José Sócrates que “brincou”, desculpem-me o termo, com todos os portugueses, a solução que o Partido Socialista encontra é uma pessoa ligada ao desastre da TAP que, a meu ver, não tem qualquer credibilidade ou capacidade para dar a Portugal aquilo que o país precisa. Palavra de honra que me custa a entender este Partido Socialista.

As Instituições Públicas estão muito fragilizadas. O Governo de António Costa manchou toda a seriedade das nossas Instituições. Portugal foi capa de jornais internacionais conceituados, como, por exemplo, o Financial Times, por ter um Primeiro-Ministro acusado de corrupção. O legado de António Costa é negro, é um caos no Serviço Nacional de Saúde, é um caos na Educação, é um caos na carga fiscal, é um caos na Habitação. É um caos Autêntico. Para juntar ao desastre, sabemos ainda que o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, possui droga para consumo próprio na sua casa. É, também, público que foram encontrados mais de setenta mil euros no Palácio de São Bento, a residência oficial do Primeiro-Ministro, no escritório do seu Chefe de Gabinete. Que vergonha e que (des)Governo temos em Portugal.

Face a tamanha desgraça, é imperativo ter um novo Primeiro-Ministro resiliente, com capacidade e vontade de mudar Portugal. Com dedicação suficiente para mudar a visão que paira na sociedade de que a política é para corruptos ou gente não séria. Não será, certamente, um trabalho fácil, mas estou convicto que, se os portugueses se unirem por um país melhor, é possível reverter a situação. Basta de ter um país em pantanas, a caminhar para a cauda da Europa. Portugal pode ser pequeno de tamanho, mas é enorme de talento e dedicação. 

Espero vivamente que a direita se organize e entenda em Portugal, sob pena de ficarmos novamente governados por uma “geringonça”, muito prejudicial para o país. Não serve de nada convocar eleições se for para entregar novamente o poder aos socialistas, ou para ter novas eleições um ano depois por uma disrupção de um hipotético Governo de direita. Basta de brincar à política e denegrir a Democracia. Os portugueses precisam de tranquilidade e estabilidade, que só será possível com um sistema político forte e coeso, com veia transformadora, e a seguir o caminho do sucesso.

Francisco Pereira Baptista

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