Um dia destes o senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (M R S) , – o condecorador mor do reino, que quando não tem mais a quem comendar inventa tutti quanti e aí condecora Otelo Saraiva de Carvalho.
Vão por mim. Aposto mil a singelo.
O Primeiro Ministro, António Costa, – ele mesmo de olhão, vestido de preto para dizer não me comprometo, hábil a tentar – não sei se ainda consegue – colar-se a M R S, feitos Roque-e-a-Amiga, deram uma perninha um ao outro.
Daqui a uns tempos o presidente M R S inventa… até uma data qualquer, uma coisa muito bonita, para condecorar Otelo Saraiva de Carvalho ou Oscar – nome de paz.
Mas agora não quis sair desfocado na selfie.
Otelo, mesmo controverso, – e ele assumiu os erros que consubstanciam essa controversia, foi, conjuntamente com Salgueiro Maia, o grande pilar da Revolução de Abril – di-lo gente à beça.
Gente à beça e gente indignada com o facto de se não decretar luto nacional por Otelo Saraiva de Carvalho.
M R S preferiu não fazer esta selfie a que Costa terá dito amém e sairam realmente mal na fotografia.
Recordo muitas vezes que M R S nunca foi ingénuo e aqueles deslumbrados pelos sermões dominicais, já começam a ser mais astutos e percebem, por exemplo, agora, a desculpa que diz não haver tradições em fazer este tipo de homenagens.
Se não há tradições, continua a não haver porque se não quebram e depois de quebradas parte-se para a tradição.
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).