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Língua portuguesa ganha força em Timor

Cerca de 60 formandos de várias instituições de controlo financeiro timorense receberam esta quinta-feira certificados de formação em língua portuguesa, para fins específicos, no âmbito de um programa cofinanciado por Portugal e pela União Europeia.

A entrega dos certificados, que decorreu no Centro Cultural Português em Díli, marcou o fim do primeiro de vários ciclos de formação em língua portuguesa com formandos de três instituições do Estado – Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC), Câmara de Contas (CC) e Inspeção Geral do Estado (IGE)e três organizações da sociedade civil

A formação insere-se na “Parceria para a melhoria da prestação de serviços através do reforço da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas em Timor-Leste” (PFMO), iniciativa cofinanciada pela UE e pelo Camões.

Intervindo na sessão de encerramento, o embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira, destacou o apoio que o êxito do programa se deve ao “envolvimento, dedicação e apropriação pelos parceiros” timorenses.

Um programa, sublinhou o diplomata, que pretende reforçar as capacidades “dos atores estatais e não estatais no Sistema de Monitorização e Supervisão das Finanças Públicas de Timor-Leste”.

Machado Vieira recordou que o ensino e aprendizagem da língua portuguesa são “transversais à maioria dos projetos da Cooperação Portuguesa, quer no âmbito bilateral quer no âmbito da cooperação delegada” em Timor-Leste.

“Esta vertente é instrumental para aceder ao conhecimento e domínio técnico das matérias legais e financeiras, cujo enquadramento jurídico se encontra redigido, quase sempre, em língua portuguesa”, notou.

“Sendo a finalidade do projeto que todas as instituições envolvidas na monitorização e supervisão orçamentais consigam apropriar-se e dominar estas matérias tão complexas, podendo desempenhar, de forma independente, as suas funções e mandatos, é essencial o domínio prévio de conceitos e procedimentos em língua portuguesa”, referiu.

O embaixador da União Europeia em Díli, Andrew Jacobs, também saudou os avanços conseguidos pelo projeto, ironizando com o facto de entender os formandos porque ele próprio está a aprender português.

Jacobs considerou o tema da formação, no âmbito das finanças públicas, da “maior importância para um desenvolvimento sustentável da economia timorense”.

A língua portuguesa neste caso, disse, ajuda a capacitação em matérias como supervisão das finanças públicas, nos temas económico-financeiros e boa gestão dos recursos públicos.

Permite ainda melhorar as competências em “funções técnicas de auditoria, inspeção, investigação e controlo, nas várias áreas de supervisão, quer orçamental, quer financeira, quer na prevenção, investigação e combate ao crime económico e financeiro”.

Rui Dinis, responsável da unidade de implementação do PFMO, sublinhou a importância da formação em língua portuguesa para fins específicos, com o programa a prever até cinco novos ciclos com “ainda maior especialização”.

O coordenador destacou o facto de o encerramento do ciclo marcar a apresentação do primeiro de 12 manuais para fins específicos – neste caso com a Câmara de Contas – que vão ser preparados ao longo da formação e que ficarão, para o futuro, para garantir a sua sustentabilidade.

O manual, correspondente ao nível linguístico B2, destina-se ao componente de auditoria financeira.

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