Com João Félix o Atlético de Madrid projeta-se como nova força do futebol mundial
No cenário doméstico do futebol espanhol, o Atlético de Madrid sempre teve orgulho na sua história. Perante a grandeza inquestionável do Real Madrid e Barcelona, e outros adversários à mesma altura como Valência e Sevilla, os “Colchoneros” mantiveram-se firmes como o terceiro maior clube do país em títulos, adeptos e força.
As ambições do Atlético para esta época vão além de ocupar o espaço entre os dois gigantes espanhóis e o resto do futebol do país. Ambições essas que têm sido realizadas dentro do campo, com múltiplas conquistas alcançadas desde o começo da era Diego Simeone, em 2011, e fora de campo também, como a equipa se tem vindo a destacar em contratações inteligentes e estratégicas.
Já antes da chegada de Simeone, os atentos olheiros que fazem parte do Atlético viraram-se para jogadores da América do Sul que trariam grandes alegrias à equipa da capital espanhola. É a partir dessa altura que se recrutaram os excelentes atacantes Sergio Agüero e Diego Forlán. O primeiro vindo em 2006 e ainda jovem, da Argentina, aos 17 anos de idade, para se tornar posteriormente uma estrela no futebol inglês. Enquanto o segundo saiu do Villarreal para o Atlético no ano seguinte, ajudando a recolocar a equipa no caminho dos títulos com vitórias na Liga Europa e na Supertaça Europeia.
Atletico Madrid have always been blessed with poachers and deadeye finishes. Streets don’t forget the Forlan x Aguero linkup and Falcao terrorizing the whole league singlehandedly back in the day. pic.twitter.com/kL2Z0uSrpG
— 🎩 (@__suyash) July 31, 2019
A tendência seguiu-se na linha defensiva. O trio formado pelos brasileiros Filipe Luís e Miranda, em conjunto com o uruguaio Diego Godín, compôs uma das defesas mais temidas e menos “vazadas” da Europa. Defesa essa que chegou a duas finais da Liga dos Campeões, em 2014 e 2016.
Tais contratações até aqui tinham sido realizadas no modus operandi de alcançar o maior valor possível da menor quantia gasta. Muitos tesouros foram encontrados nesse processo e bons resultados foram alcançados. Mas era hora de chegar a lugares mais altos.
Com esse mindset foi que o Atlético ficou em destaque da janela de transferências na Europa. Um esforço que custou até ao começo do mês de agosto mais de 243 milhões de euros para colocar a equipa como um favorito a títulos em casas de apostas online, na opinião especializada e também na mente dos aficionados por futebol.
A culminação desse novo estilo do Atlético foi alcançada com a contratação de João Félix por 126 milhões de euros ao Benfica. O jovem português de 19 anos rumou para o estádio Wanda Metropolitano após a sua época de estreia como profissional no futebol, onde marcou 20 golos e realizou 11 assistências em 43 partidas em defesa das águias.
🎥: João Félix vs Real Madrid;
It’s always a pleasure to watch him play, João continues to show why he’s so highly rated and why he has everything to be one of the best players of the next generation. pic.twitter.com/8ce3SlMehu
— Benfica Youth (@SLBenficaYouth) July 27, 2019
O seu papel será em parte o de preencher o vácuo deixado por Antoine Griezmann no Atlético, que trocou o clube da capital espanhola pelo Barcelona. Ele já conta com o apoio de veteranos como o ponta de lança Diego Costa, com quem Félix combinou de forma brilhante durante a goleada de 7-3 sobre o Real Madrid na atual pré-temporada.
Para além de Félix, o Atlético continuou à procura de talentos. Com foco na reforma defensiva, foi contratada uma linha inteira de defesas, desde os centrais Felipe e Mario Hermoso até aos laterais Renan Lodi e Kieran Trippier. O sector de médios ganhou reforços com Marcos Llorente, ex-Real Madrid, e o ex-portista Héctor Herrera, este último juntando-se como “agente livre”.
E estes gastos foram pouco perto do lucro do Atlético de Madrid por intermédio das vendas no mercado de transferência. As vendas de Griezmann, Lucas Hernández (para o Bayern de Munique) e Rodri (para o Manchester City) arrecadaram 250 milhões de euros. Junto da venda de outros jogadores, como o português Gelson Martins para o Mónaco da França, a quantia total de receita sobe aos 311 milhões. Um saldo positivo até aqui de 67 milhões de euros.
Agora o que falta é ver se a inteligência do clube fora das quatro linhas será traduzida dentro do campo. Se depender de Simeone e do seu talento em extrair o melhor de seus jogadores, tudo aponta que a resposta será de facto positiva.