para o António Raúl Reis (BOM DIA)
Ó Gil, o que me fizeste, ingrato irmão?
Eu tão longe da minha gentil Lisboa (no Rio, em Damão, Macau, Cantão e Goa) e me roubaste de Gertrúria o coração?
Lutei tanto, fui soldado, fui tenente, até doente estive em terras de Albuquerque.
Almejava sorte e glórias, mas moleque entreguei-me à boêmia vida no oriente.
Seguindo a rota de Camões mundo afora, busquei riqueza e um nome ilustre em outras terras.
De que valeu? Esforço vão… foi tudo embora…
Se não tenho Gertrúria, mais nada importa.
“Já Bocage não sou!…”
Tudo se encerra quando a esperança está morta.
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