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Universidade portuguesa lança projeto para salvar vidas de bombeiros

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver o projeto “Pela Vida de quem dá a Vida”, com o qual pretende contribuir para a minimização do risco de vida a que os bombeiros são submetidos em situação de combate a incêndios em ambiente florestal, incidindo os trabalhos na identificação pormenorizada de aspetos biológicos e comportamentais associados às suas atividades em situação de combate.

Os estudos, que decorrem no Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) da UTAD, numa parceria com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, procuram avaliar e monitorar os níveis de atividade física requeridos em situação de instrução e em situação de combate real às chamas, assim como os níveis de hidratação dos bombeiros em situação de pré-combate, combate e pós-combate às chamas. Nesta sequência, propõem-se os investigadores desenvolver estratégias que permitam otimizar os movimentos coletivos de todos os elementos participantes numa unidade de combate às chamas, tendo em vista a adoção de comportamentos indutores de maior eficácia e segurança individual.

Todos os bombeiros participantes neste estudo piloto (20 elementos da corporação dos Bombeiros de Tarouca) são avaliados em alguns marcadores fisiológicos, fundamentalmente associados aos níveis de hidratação corporal, em situação de pré-combate, combate e pós-combate. No verão de 2015, foram monitorizados na realização de atividades simuladas de combate a incêndios florestais, tendo sido, com a coordenação do comando operacional, realizadas manobras de ataque direto com linha de mangueira assim como abertura de faixa de contenção para combate indireto. Durante estas atividades todos os elementos foram continuamente monitorizados com cárdio-frequencímetros (registo da frequência cardíaca) e com dispositivos de localização individual (GPS). Foram igualmente recolhidos os níveis individuais de hidratação corporal (através da análise de urina antes e após as atividades). Estes dados foram utilizados para a caracterização individual dos perfis de solicitação energética/fisiológica de cada um dos bombeiros.

Trata-se de um estudo pioneiro em Portugal, “onde não existe investigação disponível que forneça informação objetiva acerca da forma como se coordenam os elementos de uma equipa de bombeiros em situação de combate”, reconhece um dos coordenadores do projeto e também diretor do CIDESD, Jaime Sampaio, lembrando a existência de estudos internacionais segundo os quais “a combinação de atividades físicas realizadas em condições imprevisíveis, vestindo roupa quente e com exposição a fontes externas de calor, aumenta os níveis de stress físico e fisiológico”.

Está também comprovado por estudos credíveis que “durante o combate às chamas, o risco de sofrer um ataque cardíaco é entre 12 a 136 vezes superior do que em situação de não-emergência”, adianta o mesmo investigador.

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