De que está à procura ?

Comunidades

PCP questiona governo sobre pobreza dos portugueses no Luxemburgo

O Partido Comunista Português (PCP) questionou esta sexta-feira o Governo sobre a situação dos portugueses que recorrem às cantinas sociais no Luxemburgo, um caso que a Lusa noticiou a 09 de fevereiro.

Na questão parlamentar dirigida ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, as deputadas Carla Cruz e Paula Santos recordam que os emigrantes no Luxemburgo foram quem mais recorreu em 2015 às cantinas sociais da “Voz da Rua” (“Stëmm vun der Strooss”, em luxemburguês), que serve refeições a sem-abrigo e pessoas em situação precária, e que o perfil dos portugueses que as frequentam não se limita aos que não têm casa para viver.

Entre os portugueses que recorreram às cantinas sociais no Grão-Ducado no último ano contam-se também “pessoas que trabalham e têm dificuldade para fazer face às despesas” e “pessoas idosas que recebem pensões de reforma muito baixas e não têm dinheiro suficiente para viver”, dizem as deputadas, citando declarações à Agência Lusa da assistente social daquela associação, Charlotte Marx.

No último ano, 500 portugueses recorreram à cantina social da “Voz da Rua” na capital luxemburguesa (18,5% do total), segundo dados da associação, um número superior aos 484 luxemburgueses que por lá passaram no mesmo período, representando ainda 23% do total em Esch-sur-Alzette, a segunda maior cidade do país (241 pessoas).

As deputadas querem saber que “informações exatas tem o Governo” sobre a situação dos emigrantes que recorrem às cantinas sociais naquele país e quais são as “medidas para apoiar estes portugueses” e os “mecanismos de apoio” da Embaixada de Portugal do Luxemburgo para ajudar a “comunidade portuguesa (…) que revela dificuldades”.

“Este relato junta-se a outros que vão sendo conhecidos e traduzem as dificuldades com que os portugueses que residem no estrangeiro se confrontam, pelo que urge dar resposta a estes problemas”, defendem as deputadas comunistas.

Na cantina social da “Voz da Rua”, aberta à hora de almoço de segunda à sexta-feira, o prato do dia custa 50 cêntimos, sendo servida sopa e sandes gratuitamente a quem não pode pagar uma refeição.

De acordo com uma portuguesa que trabalha na cantina e não quis ser identificada, “há muitos [portugueses] que não têm sequer 50 cêntimos” para pagar o prato do dia.

Às cantinas sociais recorrem também portugueses que recebem pensões baixas e não conseguem fazer face às despesas, tal como a Lusa confirmou no local, além de emigrantes com emprego precário e sem-abrigo com problemas de toxicodependência.

No Luxemburgo vivem cerca de 100 mil portugueses, que representam 19% da população.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA