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Zelensky falou na Assembleia da República

© Lusa

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu esta quinta-feira armamento pesado e o reforço das sanções à Rússia, num discurso por videoconferência perante o parlamento português.

“Peço aceleração e reforço das sanções e também apoio militar, armamento” afirmou o chefe de Estado ucraniano, que pediu especificamente “armamento pesado”, numa sessão solene de boas-vindas com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa.

O Presidente da Ucrânia fez este apelo dirigindo-se às autoridades presentes e ao povo português: “Tudo aquilo em que puderem ajudar, eu apelo-vos, ao vosso país, para nos conseguirem ajudar”.

De acordo com a tradução simultânea de ucraniano para português transmitida na Sala das Sessões, Volodymyr Zelensky acusou a Federação Russa de crimes de guerra, afirmando que as forças russas já capturaram e deportaram “mais de 500 mil ucranianos” e observando: “É o tamanho da população da cidade do Porto duas vezes”.

Segundo Zelensky, “os deportados não têm direito a estabelecer ligação com as famílias, eles estão a ser deportados para as regiões mais longínquas da Rússia”, onde “fizeram campos especiais para que essas pessoas fossem divididas, alguns são mortos, as raparigas são violadas”.

“Imaginem se Portugal todo abandonasse o país”, acrescentou o Presidente da Ucrânia, referindo-se aos refugiados causados por esta ofensiva militar.

O chefe de Estado da Ucrânia manifestou a expectativa de que as pessoas que deixaram as suas casas “consigam em breve voltar”, mas acrescentou: “Contudo, não conseguimos garantir quando isto vai ser”.

De t-shirt verde tropa, como se tem apresentado desde o início da invasão russa, e tendo ao seu lado uma bandeira da Ucrânia, Zelensky falou durante cerca de quinze minutos.

Na primeira parte da sua intervenção descreveu ataques das forças russas a civis em várias localidades da Ucrânia, relatando situações em que “os ocupantes mataram as pessoas só para se divertir” e “atiraram bombas contra escolas”.

Zelensky destacou a destruição da cidade de Mariupol, “tão grande como Lisboa”, onde disse que “não existe uma única habitação que esteja inteira”.

“Nessa cidade foram mortas dez mil pessoas ou mais, não temos certeza do número, porque fizeram crematórios móveis para destruir os corpos, para nunca mais podermos ter provas”, alegou.

“Nós estamos a lutar não apenas pela nossa independência, mas pela nossa sobrevivência, pelas nossas pessoas, pelos ucranianos, para eles não serem mortos, não serem torturados, para não serem violados, para que não sejam capturados pela Rússia”, declarou.

A assistir a esta sessão solene estiveram também o antigo Presidente da República António Ramalho Eanes, e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, entre outros convidados.

Depois do discurso de Zelensky, a sessão solene de boas-vindas ao Presidente da Ucrânia incluiu apenas uma intervenção do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

Esta iniciativa foi proposta pela deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, e aprovada com o apoio de todos os partidos exceto o PCP, que se opôs à sua realização e faltou à sessão.

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