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Walkman: o ícone da geração de 80 surgiu há 40 anos

Actualmente, é fácil ouvir música em qualquer lugar que se vá. Só precisamos do nosso smartphone, de uns auriculares e de uma playlist feita com todas as nossas preferências. Porém, antes não era bem assim… anteriormente ao mp3 e aos CDs, havia as cassetes… e o Walkman.

É verdade, o avô do Spotify está a celebrar 40 anos. Em 1979, a Sony apresentou o primeiro leitor de cassetes portátil de sempre, o Walkman. Uma caixa metalizada, com um acabamento azul e prateado, o Walkman TPS-L2, foi o primeiro sistema stereo portátil. E foi no Japão, no dia 1 de Julho de 79, que começou o futuro da indústria musical. Quase um ano depois, em Junho de 1980, ele chegaria ao mercado norte-americano e, ainda nesse ano, ao Reino Unido. Foi anunciado como Soundabout na América, Stowaway no Reino Unido ou Freestyle na Suécia, porém a Sony universalizou o título para Walkman.

Este singular aparelho desenvolvido pela Sony foi um dos primeiros reprodutores de música portátil do mundo e revolucionou o mercado de áudio, marcando a geração dos anos 80. Capaz de reproduzir cassetes, um formato que revolucionou a indústria da música na época, o dispositivo fez tamanho sucesso que o nome Walkman, patenteado pela Sony, virou um ícone do mercado de áudio.

O aparelho foi decisivo também para revolucionar a indústria fonográfica, ao ajudar na popularização das cassetes e contribuir para a queda dos discos de vinil.

A ideia de criar um aparelho portátil capaz de reproduzir som a partir de cassetes surgiu de um dos fundadores da Sony, Masaru Ibuka. Ele queria ouvir música com auriculares de ouvido em stereo durante uma viagem de negócios para o exterior, e solicitou, então, que a equipa de desenvolvimento criasse uma versão do gravador portátil da Sony TC-D5. Este dispositivo, modificado para apenas reprodução em estéreo, viria a ser o protótipo do Walkman.

Ao longo dos anos 80, tempo em que o Walkman reinou, a Sony lançou diversos modelos, como WM-2, WM-20 e a evolução deste aparelho, o WM-109, que acumulou mais de 20 milhões de unidades vendidas.

A evolução tecnológica trouxe consigo, igualmente, outras competências para o ‘walkman’, que passou a adoptar sistema de mudança automática de lado (“auto-reverse”) ou o equalizador de som, ou até de gravação de som. Hoje em dia, dispositivos famosos como o WM-D6C ou o WM-DD9, das décadas de 1980 e 1990, são tidos como objectos de coleccionador.

O surgimento do Walkman foi o início da era dos dispositivos pessoais de áudio portáteis, permitindo que ouvíssemos músicas em qualquer lugar e a qualquer momento. Com o declínio da cassete e a ascensão do CD, no fim da década de 80, a Sony lançou em 1988 o Discman D-20. Depois, em 1992, a companhia introduziu o MiniDisc como formato de áudio com o MZ-1 MD-Walkman, cuja aceitação foi reduzida.

Curiosamente, é atribuída, de certa forma, à Sony alguma da responsabilidade pelo início do declínio do seu Walkman, ao apresentar em 1984 o novo dispositivo portátil de reprodução de música, o D-50, começando a era dos também famosos Discman, denominação criada para representar os leitores portáteis de Compact Discs, vulgarmente conhecidos pela sigla CD.

O Walkman fez tanto sucesso que a Sony nunca abandonou a marca, mesmo quando as cassetes se tornaram inviáveis. Nos anos 2000, os Discmans passaram a ser lançados com o nome CD Walkman. A Sony também criou telemóveis com o nome em alusão às capacidades multimédia, e aproveitou utilizar a marca em mp3 players que competiam com a febre dos iPods. Hoje em dia, o uso do selo é restrito a reprodutores de áudio digital de alta qualidade.

O sucesso atingido pelo Walkman nessas quatro décadas de existência é difícil de ser superado. Estimativas oficiais dão conta de que a linha de produtos Walkman vendeu 385 milhões de unidades no mundo todo – mas estes números datam de 2009. Para se ter uma ideia da escala, durante o auge do reprodutor de cassetes, a Sony comercializava 50 mil novas unidades por mês só no Japão.

Sem dúvida, há 40 anos, o Walkman mudou a nossa forma de ouvir música. E evoluiu para leitor de CDs, Mini-Disc, ficheiros digitais, dominando o mercado até à chegada do iPod da Apple. Mas mesmo que o Walkman não seja tão popular hoje em dia, vale a pena celebrar e relembrar este célebre leitor de música. Quanto mais não seja pelo facto de ter mudado a maneira como consumimos música, de uma forma mais privada e pessoal.

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