De que está à procura ?

Lifestyle

Versão de documentário de Manoel de Oliveira exibida em Itália

O documentário “O Pão”, de Manoel de Oliveira, numa versão restaurada, vai ser exibido no festival Il Cinema Ritrovato, que decorre entre 22 e 30 de junho em Bolonha, Itália.

De acordo com a Cinemateca Portuguesa, num comunicado divulgado esta sexta-feira, “o filme de Manoel de Oliveira vai ser apresentado na secção ‘Documents and Documentaries’, um programa comissariado pelo diretor da Cinemateca de Bolona, Gian Luca Farinelli, onde serão exibidos documentários sobre diversas figuras do cinema e sobre variados temas, como é o caso de ‘O Pão’”.

O filme, recentemente alvo de uma intervenção digital nos laboratórios da Cinemateca Portuguesa, tinha sido exibido em Paris, em fevereiro, no âmbito do festival Tout La Memoire Du Monde, um evento organizado pela Cinemateca Francesa dedicado a obras cinematográficas restauradas.

“O Pão” acompanha o ciclo de produção do pão e foi feito para a Federação Nacional de Industriais de Moagem: uma versão longa, de 1959 e com cerca de uma hora, e uma versão curta, de 1963 com uma nova montagem feita pelo autor.

Segundo a Cinemateca Portuguesa, citando uma entrevista antiga do cineasta, Manoel de Oliveira preferia a versão remontada do filme, por considerar que o documentário inicial era exagerado.

“Quando fiz ‘O Pão’ eu estava sedento de cinema. Queria abordar todos os meios, todos os sítios. Essa sede de cinema levou-me a mostrar e a misturar muita coisa”, quando a ideia central do filme é “a ideia do pão como uma corrente de um rio que passa por vários lugares, passa por diferentes mãos, por diferentes hábitos ou fardas”, lê-se na entrevista citada pela Cinemateca.

Em 1959, Manoel de Oliveira tinha 50 anos, vários projetos por concretizar e acabara de fazer um estágio nos laboratórios da AGFA, na Alemanha, para estudar a cor no cinema.

Aplicaria essa formação no documentário “O pintor e a cidade”, de 1955, e depois em “O Pão”, em 1959.

Na altura, Manoel de Oliveira tinha apenas uma longa-metragem de ficção, “Aniki Bobó”, de 1942, e vários filmes documentais. Só a partir da década de 1960 é que manteve uma produção mais regular na criação cinematográfica, que se intensificou nos anos 1980 e seguintes, até morrer, em 2015.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA