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Vamos imaginar que sou agricultor…

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Vamos imaginar que eu sou um agricultor, mas sinceramente, nem eu consigo imaginar. Mas caramba, sou agricultor que não entende nada do assunto.

Preparo o campo, semeio, rego, compro pesticidas, colho. Chego a conclusão que gastei 100€ e vou vender por 200€ ao intermediário. Por sua vez, o intermediário decide que a sua margem é 100% e vende á loja por 400€. E a loja vende ao consumidor pelo dobro do preço, ou seja com uma margem de 100%,

Começo a fazer as contas e penso: eu ganhei 100€, o intermediário 200 e a loja 400€. Acho muito injusto eu andar fazer tanta coisa e ser o que menos ganho! Decido então aumentar os preços.

E aumento o preço, no ano seguinte para 250€! O intermediário diz que a culpa do aumento é minha, que ele, coitado, com pena do povo, não alterou as margens. O fulano da loja culpa-me também a mim, que o agricultor perdeu a cabeça, mas ele, que é consciente, nao aumentou as margens.

Portanto, eu, o bandido, passei a vender por 250€ e ganhei 150€. O intermediário, coitado compra por 250€ e tem que vender por 500€. O tipo da loja justifica que a vida esta dificil por causa do preço do agricultor e aquilo que compra a 500€ tem que passar a vender a 1.000€.

Ou seja: eu ganhei 150€, o intermediário de 200€ passou a ganhar 250€ e o tipo da loja arrecada 500€. Continuo a ser o que menos ganha por mais que aumente o preço.

Ou seja, não é necessário aumentar as margens para se ganhar mais. basta que o agricultor aumente. E isto serve para todas as actividades.

Para não ser injusto, tanto o intermediário, como o lojista tem valor e são essenciais na cadeia de abastecimento. No caso fruta e vegetais, que são perecíveis, á medida que vai distanciando da origem, mais e o risco de quem comercializa. No caso dos pregos não acontece.

Pedro Guimarães

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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