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Vamos falar de preços

Se vivíamos melhor ou pior, em Portugal, antes ou depois de 25 de Abril, de 1974, é assunto polémico, que divide a população.

Uns, dizem que sim, que se vivia melhor. As famílias sustentavam-se, na maioria, só com o vencimento do chefe de família, – já que o conjugue, não usufruía salário, para a árdua lida doméstica. Agora, mesmo com dois vencimentos, mal se consegue pagar as despesas…

Dirão outros: antes, havia muita necessidade, muitos filhos… e muita fome. Era preciso renunciar muito, para ter vida decente.

Quem tem razão? Ambos?

Mas, vamos aos preços, antes e depois da Revolução da Liberdade.

Antigo diretor do “Jornal de Tondela”, homem de vasta cultura e ideias lúcidas, no ano de 2014, a 5 de Junho, escreveu sobre o que se podia fazer com nota de cem escudos (equivalente, agora, a cinquenta centavos,) e inúmera os bens que se podia comprar.

Termina a curiosa crónica, dizendo, que hoje serve apenas para gorjeta, se ainda se tem o antigo costume de gratificar o empregado de mesa! …

Em 1973, ano antes da Revolução, podia-se hospedar, em Lisboa, no hotel Alameda, por 120$00 (duas pessoas) e quatro, no mesmo hotel, por 160$00!

Um belo almoço, custava, no mesmo hotel, 25$00.

Velho folheto, do ano da inauguração do “Pão de Açúcar”, na Avenida da Boavista, Porto, mostra, entre outros, os seguintes preços: Arroz Gigante Nacional 6$90; Café Sical, lote 5 Estrelas (250gr) 10$50; Vermouth Martin 27$20; Sumos Compal 3$80; Açúcar Granulado (1Kg) 7$50; Cacau Instantâneo (250 gr) 6$70; Farinha Maizena 10$40… E por ai adiante.

Vamos comparar, agora, o nível de vida da época, indicando o valor do vencimento dos militares: Furriel 1830$00; 1º Sargento 2684$00; Alferes 3360$00; Capitão 6000$00; Coronel 9900$00; General 12000$00.

Não sei, porque não sou economista, ainda que tenha formação em Economia, se, viver antes ou depois de 1974, era melhor ou pior.

Sei, apenas, que antes, não havia tantos a pedir na via publica ou à porta dos supermercados e restaurantes. Não havia recolha de alimentos, nem pedidos para auxiliar. Associações e Fundações; nem gente a dormir na rua e bancos de jardim, Mas, que havia necessidades, havia, e muita!

Mais que agora? Não sei.

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