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Vacina: deitar tudo a perder…

Do nosso canal – da nossa RTP – diziam-nos que não sabiam se o primeiro lote das vacinas estava armazenado em Montemor-o-Velho. No entanto mantiveram-se à porta umas horitas…

Vários outros órgãos de Comunicação Social receberam com muito gáudio a chegada no meio de um cortejo de batedores policiais, também em motos e tudo.

Se o processo da chegada das vacinas era acautelar a segurança, conseguiram o efeito diametralmente oposto. Coisa habitual numa sorte do factos. Buscas, pesquisas, detenções, rusgas e tutti, tutti quanti. Vai-se ao pormenor de filmar, por exemplo, uma fechadura de um estabelecimento prisional. O que por si já impunha cautelas, para além da irrelevância para a informação.

Na chegada do primeiro lote de vacinas um gáudio incontido para muitos, e muito em especial para os batedores. Um deles – no meio do imenso cortejo, até se deu aos prazeres de propositadamente meter as rodas da mota num buraco do piso. Nem a senhora Ministra da Saúde, Marta Temido, se furtou ela mesma fazer uma fotografiazinha.

O professor Marcelo Rebelo de Sousa viu-se replicado não na totalidade – este tirou a camisa completamente numa recente vacina, mas as individualidades privilegiadas na inauguração da vacina contra o Covid – 19 ficaram por semi despir as camisas.

A disseminação da nova vacina parece-me ter laivos de regiolanismo e prioridades a merecer reflexão entre os prioritários.

Estou convencido que todo este forró vai confundir algumas cabeças e que vão pensar que começa a ficar tudo resolvido e irão ignorar regras nos cuidados a ter.

Mas dentro disto temos algo que alto lá. Não há vivalma que não deixe de recomendar a toma da vacina, e que até não tráz nada de colateral. Ok. Que bom. A ideia era essa. Mas quando e onde? – Sim. Quando e onde! Falam numa infindade de meses. Ok. Compreendemos. Sem dúvida alguma. Só que… o Ministério da Saúde disponibiliza um simulador de prioridades dos “a vacinar”. Sem rigor nenhum. Parece o vetusto Totobola: 1 X 2.

Vivalma aconselha e assegura que a toma da vacina é inofensiva. Pelo meio diz-se que a toma da vacina não é obrigatória. Compreendo. É um abuso a cada um. É. É e tal como são imensas medidas e imposições durante todo este processo de confinamento e medidas de contingências.

Como em tudo houve exageros. Por parte dos cidadãos como por parte do policiamento. Impediu-se encontros, deslocações, uma panóplia de actos fundamentais e muitas vezes com enormes prejuízos que a reserva a cada um de nós, pela imposição das restrinções, muitas delas arbitrárias.

Muitos pacientes viram adiados, outros anulados tratamentos, cirurgias médicas. Terá havido mortes, padecimentos por serem descurados procedimentos não Covid – 19. Era neste desiderato que se deveria ter aquilatado, avaliado o que ombreava com tratamentos Covid – 19.

Tudo isto para, por fim – agora sim: por fim quem quer toma ou não a vacina. Sublinho que sei que a ninguém pode ser obrigada a sua toma. Tal como muitos procedimentos pelas várias escalas de estados de contingências.

Vamos agora deitar tudo a perder por uma enviesada medida legal?

PS: Depois de lavrado este texto, a Comunicação Social dá nota de uma quezilia entre a PSP e a GNR, na tentativa de saber a quem cabe o patrulhamento numa outra de distribuição da vacina, quem vem revelar muito do que todo este aparato, este alarido representa. Num hospital de Évora aguardava-se a chegada do Secretário de Estado da Saúde, que estava atrasada, para começarem a vacinação dos profissionais.

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

 

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