A TACV está a preparar a retoma dos voos para Bissau, dez anos depois, e vai voltar a voar no inverno para o Boston e Brasil, anunciou hoje a presidente da companhia estatal cabo-verdiana, Sara Pires.
“Estamos a preparar a retoma em vários destinos. Bissau é um dos destinos que a Cabo Verde Airlines [nome comercial da TACV] pretende operar neste momento. Estamos a auscultar as entidades guineenses para retomarmos os voos para Bissau”, disse a presidente do conselho de administração da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), em declarações aos jornalistas à margem de um encontro, na Praia, com representantes de agências de viagens do arquipélago.
“Neste momento, a Cabo Verde Airlines tem voos de e para Lisboa. Nós, a partir do mês de julho, estaremos a introduzir os voos para Paris e a partir do ‘Inverno IATA’ introduzir os voos para Boston e para a Brasil”, avançou ainda.
O ‘Inverno IATA’ (Associação Internacional de Transportes aéreos, na sigla em inglês) de 2023 começa em 29 de outubro, prolongando-se até março do ano seguinte.
Sara Pires explicou ainda que o propósito da reunião de hoje foi abordar a estratégia comercial da companhia com as agências de viagens: “Os produtos que a Cabo Verde Airlines tem disponível neste momento, mas também produtos que pretendemos introduzir no futuro”, salientou.
Acrescentou que a companhia está ainda a preparar-se para voar para outros aeroportos no continente africano, mas sem adiantar mais pormenores, garantindo que esses destinos serão divulgados em “momento oportuno”.
A TACV vai operar a partir de julho um Boeing 737-8 MAX, para acrescentar ao Boeing 737-700 alugado desde março de 2022 pela companhia de bandeira cabo-verdiana à congénere angolana TAAG, que tem assegurado desde então as ligações de Cabo Verde a Portugal.
“Temos um aparelho, prevê-se a chegada no início do segundo semestre de mais uma aeronave. Essas duas aeronaves são suficientes para as rotas que nós pretendemos operar até o próximo ano”, afirmou Sara Pires.
O diretor-geral da empresa que gere o aeroporto de Bissau (Osvaldo Vieira), Aliu Soares Cassamá, anunciou em declarações à Lusa no dia 08 de maio a retoma dos voos da companhia cabo-verdiana para julho, que tinham sido interrompidos em 2012. Dias antes, Cassamá reuniu-se com uma delegação cabo-verdiana, integrada pelo embaixador do país, Camilo Leitão da Graça, e pelo diretor comercial e pelo diretor das operações da TACV.
“A reunião serviu para acertarmos os detalhes. Em julho a Cabo Verde Airlines retoma os voos para Bissau”, garantiu na altura Aliu Soares Cassamá.
A perspetiva passa por realizar voos para a Guiné-Bissau com escala em Dacar, Senegal.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
A companhia, que em 2020 estava a voar de Cabo Verde para a Europa, América do Norte e América do Sul, foi renacionalizada (90%) em julho de 2021, devido à pandemia de covid-19, após ter suspendido todos os voos. Retomou a atividade apenas em dezembro de 2021, com voos da Praia para Lisboa, alargados no ano seguinte do Sal e de São Vicente para a capital portuguesa, oferta que se mantém.
A partir de julho a companhia passará a ter duas frequências semanais, envolvendo os aeroportos da Praia, São Vicente e do Sal, a Paris, e vai ainda alargar para cinco vos voos semanais entre as três ilhas e Lisboa.