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…solidariedade

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O Trump dizia, todo gabarolas, que até podia matar uma pessoa na Fifth Avenue e nem assim perdia fãs. O Putin pelos vistos pode gabar-se de fenómeno similar. O homem não podia ser mais explícito sobre a sua (des)consideração pela Ucrânia, no que escreveu, no que diz, no que faz. E mesmo assim há Putin lovers/USA haters/“não gosto do Putin, mas” que o defendem para além do que ele próprio poderia esperar. São mais putinistas que o Putin. Sim, a História, os interesses económicos e territoriais em jogo, o imperialismo americano (como se Putin não fosse imperialista), os ucranianos fascistas (como se o Putin fosse um fofo democrata progressista e não beneficiasse da vassalagem de extremas-direitas europeias como a da Le Pen e sobretudo a do Zemmour), as comunidades russas discriminadas (como se a Rússia de Putin não discriminasse ninguém), etc.

Tudo muito bem. Compreensível. Debate importante e interessante sobretudo entre especialistas e pessoas que estão no terreno. Porque se nos ficarmos pelas redes sociais o diálogo é pura e simplesmente impossível. Uns gritam “propaganda russa”, outros gritam “propaganda ocidental/americana”. O whataboutismo bate recordes. Os factos deixaram pura e simplesmente de existir.

Mas factos que interessam para já, pessoas com medo, famílias que fazem malas, que temem pela existência, que estão cansadas de viver em tensão e não veem o fim do túnel, outras que temem as sanções económicas, etc. Pessoas que leem os “mimados da paz” debater das suas vidas como quem debate futebol, confundindo o povo com os seus líderes. É nelas que penso agora… Solidariedade.

Luísa Semedo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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