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Se Jesus Cristo fosse vivo andava neste Alfa Romeo

Quem gosta de automóveis é obrigado a gostar da Alfa Romeo! Pode até não se identificar com as linhas, ou com a filosofia. Mas um verdadeiro apaixonado por carros percebe que um Alfa Romeo não é apenas um automóvel, carrega consigo parte da cruz de Cristo, carrega consigo uma história que enriqueceu o automobilismo como poucas marcas, e a tudo isto somos obrigados a adicionar uma dose de drama e paixão como manda a “lei italiana”. Se Jesus Cristo fosse vivo guiava sem dúvida um Alfa Romeo!

Nenhuma outra marca tem uma legião de fãs tão magnífica, nenhuma outra marca tem pessoas que eram capazes de a defender “até à morte” sem ganhar nada com isso. Mas tem razão de ser!

Foi em 1950 que a Alfa Romeo se tornou a primeira marca a ser campeã do mundo de Formula 1 com o Alfa Romeo 158, um dos automóveis de corrida mais bem sucedidos de sempre, conduzido por Emilio Villoresi, Jean-Pierre Wimille, Nino Farina, Juan-Manuel Fangio e Luigi Fagioli. Todos estes pilotos viram a Alfa Romeo no seu auge, fizeram parte da sua história e ajudaram a marca a ser o que é hoje. Já todos faleceram, mas tenho a certeza absoluta que se estivessem diante nós teriam um orgulho enorme em ver e conduzir um automóvel como o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio.

O Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio faz-nos perceber que a marca italiana não esteve com “meias medidas”. Eles acordaram e disseram: “Vamos lançar uma berlina de quatro portas com motor Ferrari e terá de ser uma das melhores que o mundo já viu!”

A Alfa Romeo foi uma marca de altos e baixos. Esteve no auge, passou por uma fase delicada e concebeu modelos de vendas em massa, que apesar de proporcionarem conduções prazerosas e serem automóveis bonitos, não transportavam o pedigree de outrora.

De repente, a Alfa Romeo lança uma plataforma totalmente nova que era um verdadeiro “vai ou racha”. A Alfa investiu o que tinha e o que não tinha no desenvolvimento desta nova plataforma modular que é utilizada no Alfa Romeo Giulia, Alfa Romeo Stelvio e será utilizada em futuros modelos. Este é o primeiro modelo de um investimento de 5 mil milhões de euros!

Os designers da Alfa Romeo, liderados por Marco Tencone, fizeram do Alfa Romeo Giulia uma das berlinas de quatro portas mais bonitas da atualidade. Ganhou vários prémios de design e nós também o comprovámos. Tiravam-nos fotografias nos locais onde passávamos, houve quem fizesse um grande “fixe”, quem dissesse “que carro magnifico”, ou ainda quem se assustasse com o ruído de escape intenso no modo “Race”.

O design do Giulia faz todo o sentido, tanto nos modelos convencionais, como no Quadrifoglio em que ganhamos um capô em carbono com entradas de ar, um parachoques mais musculado com aberturas por cima das entradas de ar principais e lábio em carbono, entradas de ar laterais, os inconfundíveis trevos de quatro folhas em ambos os lados, saias mais musculadas com um friso em carbono e na traseira um spoiler em carbono colocado por cima da tampa da bagageira que gera mais downforce, temos ainda um grande difusor traseiro que alberga quatro saídas de escape e não nos deixam de todo esquecer que se trata do modelo mais potente da marca italiana e de uma das berlinas mais rápidas do mundo!

Somos obrigados a dar um especial destaque às jantes, que são um elemento verdadeiramente inconfundível. Têm 19 polegadas e são envolvidas em pneus 245/35 na dianteira e 285/30 no eixo traseiro. Outros destaques provêm das versões convencionais como as óticas e farolins LED, antena shark, entre outros.

Voltando ao lado emocional, o Alfa Romeo Giulia Quadrifolgio é um automóvel em que se sente o peso da história em cada milímetro.

O interior carrega o pedigree da Alfa Romeo em cada pormenor, o tabliê é igual ao das versões convencionais mas tem o friso em carbono. Passamos a ter aplicações em carbono um pouco por todo o habitáculo, desde as portas, ao volante. Temos pele, alcantara e um pesponto verde e branco que contrasta com o trevo de 4 folhas. O painel de instrumentos também não deixa escapar o trevo de quatro folhas e marca 330km/h. Os assentos são envolventes, confortáveis e têm um apoio lombar de excelência, os encostos de cabeça não deixam de ter o emblema da marca bordado como é já “ritual”. Os pedais são em metal e o volante é em alcantara, pele e carbono.

No equipamento interior temos tudo o que aparece nos Alfa Romeo Giulia convencionais: ar condicionado automático dupla zona, chave mãos-livres, iluminação ambiente, sensores de estacionamento dianteiros, câmara de ajuda ao estacionamento, volante aquecido, assentos aquecidos com regulação elétrica, patilhas da caixa de velocidades fixas e de dimensões generosas e um sistema de navegação e multimédia inserido num ecrã de 8,8 polegadas e um painel de instrumentos com ecrã TFT de 7 polegadas. A estes argumentos juntamos o sistema de som Harmann Kardon de 900 Watts, 14 altifalantes e um subwoofer.

Na dianteira e nos lugares traseiros viaja-se relativamente à vontade e o espaço de bagageira é igual ao das versões convencionais com 480 litros. Apesar de ser um automóvel verdadeiramente desportivo, conseguimos no modo All Weather viajar com toda a comodidade, uma vez que a configuração das suspensões se torna mais condescendente afim de oferecer viagens com maior conforto.

Apesar de todo o equipamento, o lugar do condutor é onde extraímos o melhor entretenimento. Não falamos da tecnologia, mas sim de todo o ambiente que envolve a tarefa da condução, os comandos “à mão” e a conexão homem-máquina que no Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio se consegue na perfeição. A pega do volante é perfeita, as patilhas fixas estão à distância ideal e os pedais estão bem posicionados.

Quando carregamos no travão e no botão “start” da ignição começa todo um novo mundo em que o som de escape nos invade a cabeça e todos os pelos do corpo e veias se eriçam, as pupilas dilatam e o nosso coração estremece a cada subida de rotação.

Acabámos de colocar a trabalhar uma das berlinas de quatro portas mais rápidas do mundo e um automóvel que conseguiu percorrer o exigente traçado de Nürburgring em apenas 7 minutos e 32 segundos com um senhor que levava vestido apenas um polo de manga curta, calças de ganga e uns sapatos. Imaginem se levasse fato de piloto e luvas!

À semelhança do que acontece nos Alfa Romeo Giulia convencionais, o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio tem uma direção com uma precisão extrema e uma inserção em curva quase digna de um monolugar. O que difere bastante é o que está debaixo do capô, um motor 2.9 litros turbo V6 da Ferrari que debita 510cv de potência e 600Nm de binário, associado a uma caixa automática ZF de 8 velocidades obediente e rápida que envia a potência para as rodas traseiras.

Guiar o Alfa Romeo Giulia não é para qualquer um. No modo All Weather o desportivo italiano consegue até desligar cilindros em prol da eficiência de combustível e as ajudas à condução estão em alerta permanente, o que não quer dizer que não fiquemos com os olhos colados à nuca quando carregamos no pedal do acelerador.

O modo “Neutral” é mais “permissivo” no que toca à resposta do pedal do acelerador, os 510cv estão lá, mas o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio não irá “virar-se” ao dono de forma inesperada. Esqueçam o “desligar” dos cilindros e os consumos mais comedidos do modo All Weather.

O modo “Dynamic” é espantoso. O Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio torna-se uma verdadeira “besta domesticada”, devido à rápida intervenção das ajudas eletrónicas, quando o desportivo italiano acha que estamos a ir para lá das nossas capacidades. Corta a potência quando queremos esmagar o pedal do acelerador de forma desmedida à saída de uma curva e passa a ser o nosso “seguro contra todos os riscos”. A resposta do acelerador é muito mais sensível, a direção torna-se mais comunicativa e a suspensão menos condescendente.

No modo Race as válvulas de escape abrem para produzirem uma das mais belas “óperas” da atualidade, ricas em raters e barulhos roucos que fazem lembrar uns automóveis de Maranello. No modo “Race” as ajudas eletrónicas desligam-se e tudo se torna ainda mais puro. Este é modo que só deve ser utilizado na pista e convém que seja por quem sabe! Para os comuns mortais conduzir o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio neste modo é absolutamente impossível. Os erros pagam-se caro e qualquer ação “fora do sítio” pode significar algumas mazelas no corpo e muitas no automóvel.

Não só a travagem, a direção, a vetorização e a aerodinâmica são surpreendentes. O Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio tem uma distribuição de peso de 50/50 e uma relação peso/potência de apenas 3kg/cv, uma vez que pesa cerca de 1500kg e que tem 510cv de potência.

Todos estes argumentos fazem com que o Giulia Quadrifoglio precise apenas de 3,9 segundos para ultrapassar a barreira dos 100km/h e que atinja os 307km/h de velocidade máxima. Números capazes de “assustar” alguns super desportivos com nomes conceituados na praça.

Os consumos, ao contrário do que possam pensar, não andam longe dos de alguns desportivos bem menos potentes. Graças ao sistema de desativação de cilindros, o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio consegue um consumo médio que ronda os 12,5 litros a cada 100km, numa condução “comedida” e sem trânsito. Com o pé direito em posição mais vertical e modo “Race”, o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio torna-se o melhor cliente das gasolineiras ao marcar consumos próximos dos 30 litros a cada 100km.

Não só de performance, história e religião se faz um automóvel. O Alfa Romeo Giulia é seguro e quem o diz é a Euro NCap que o classificou com as cinco estrelas nos testes de colisão, onde obteve 98% na proteção dos adultos, 81% na proteção das crianças, 60% na proteção dos peões e 60% nas ajudas à condução. Na ajuda à condução temos reconhecimento de sinais de trânsito, cruise control adaptativo, sistema de travagem ativa de emergência, espelho retrovisor interior com escurecimento automático, aviso de transposição involuntária de faixa e luzes de máximos automáticas.

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