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Sapadores ocuparam escadaria da Assembleia da República em protesto

© Paulo Oliveira

Centenas de bombeiros sapadores fardados ocuparam esta quarta-feira as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, diante do cordão policial formado à entrada do parlamento. Ao fundo, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho.

Às 13h20 (hora local), um caixão branco foi levado em braços para a porta do parlamento enquanto os manifestantes gritavam “vergonha”, responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe.

À frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts negras com a inscrição “Sapadores em Luta”.

Paulo Oliveira

Uma cruz de Cristo e tarjas com frases como “bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!… outra vez…” ou “sabes quem vai salvar o teu filho” estavam colocadas à frente do protesto.

Alguns manifestantes desafiaram os deputados, o primeiro-ministro e o Presidente da República a fazerem uma ‘selfie’ no cenário da manifestação, junto aos sapadores.

Durante o protesto, os manifestantes cumpriram um minuto de silêncio, em homenagem aos bombeiros que morreram nos incêndios do mês passado no centro e norte do país.

O rebentamento de vários petardos marcou o início da manifestação, um protesto ruidoso que começou ao meio-dia com latas de fumo e ao som de heavy metal e rock n’roll.

Cerca de 20 minutos depois, alguns bombeiros, fardados, forçaram a subida da escadaria da Assembleia da República.

Apesar da ordem policial para descerem, os bombeiros continuaram a formar e a libertar fumos de foguetes, acabando por se sentar nos degraus.

Paulo Oliveira

Às 12h30 cantaram o hino nacional, depois de terem gritado uma única palavra de ordem: “Sapadores”.

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, Ricardo Cunha, afirmou que não estava prevista esta forma de protesto.

Acrescentou, no entanto, que a organização esperava mais de mil bombeiros na ação de protesto: “Só de fora [de Lisboa] vêm 600”.

Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.

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