São Bento em Família, a lembrar as Conversas em Família de Marcello Caetano

A data dos dias de luto nacional pelo perecimento do Papa já fora questionável. Teria sido evitável que abrangesse o dia 25 de Abril e até poderíamos ter outros considerandos que deixamos… – Como se disse à beça, o Papa Francisco não seria contra à comemoração normal e tradicional do 25 de Abril em Portugal.
Por parte dos partidos de Direita já se percebera a pouca simpatia pela data e que têm medo dos cravos, da flor símbolo do 25 de Abril. Nas comemorações de de 2021 na Assembleia da República, um dos então líderes da direita para se salientar usou um cravo branco, sendo que o que pretendia era usar nenhum. E a razão é que esse partido deixou de ter representação parlamentar, até que foi resgatado moribundo e desproporcional pela AD em 2024.
Já há um partido de nome, origem, carácter, linha de orientação, doutrina e política impronunciáveis que tem um jornal que de chama Folha Nacional, inspirado na Assembleia Nacional. Sintomático. Muito sintomático.
Leva-nos a pensar nas Conversas em Família, de Marcello Caetano, na televisão que, felizmente, eu não lembro. E a partir daqui não lembraria… ao diabo “São Bento em Família”. Lembrou a Luís Montenegro, que se encontra em campanha partidária e no dia 1º de Maio chama aos jardins de São Bento um cantor popular com quem sobe ao palco em coro, mas não há referência ao 25 de Abril nem ao dia do trabalhador, agora relegado para colaborador.
Temos isto. Temos partidos aparentemente de linhas moderadas cuja origem, existência, orientação política se deve à Revolução dos Cravos, mas cinquenta e um anos depois não o comemoram por medo de pronunciar, que não representa a sua matriz e por temor a referências que tenham a ver com o 25 de Abril. Hoje o governo do PSD chama aos jardins de São Bento um cantor que não tem no reportório canções alusivas à temática, é apenas popular(uxo) para atrair a quem no tempo da outra senhora diriam cantor das sopeiras e sem referências ao 1º de Maio, o dia do trabalhador, o dia do trabalho que é o que todos devemos fazer para consolidar uma democracia que se começa a esboroar por parte de partidos que a espaços vamos vendo que não gostam do 25 de Abril e do 1º de Maio, depois de arranjar uma desculpa infundada para não os celebrar como deve ser.
Mário Adão Magalhães