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Rússia diz que sanções ocidentais não resultam

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O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, disse esta terça-feira, em Xangai, que as sanções impostas pelo Ocidente para “destruir” a economia russa falharam nos seus objetivos, prometendo aprofundar os laços económicos com a China.

“Nenhuma das coisas com que os nossos críticos sonharam se realizou”, afirmou Mishustin num discurso proferido no Fórum Empresarial Rússia – China, realizado em Xangai, a “capital” económica da China, citado pela agência de notícias Sputnik.

O primeiro-ministro russo, que está a realizar uma visita de dois dias à China, prometeu ainda aprofundar os laços económicos com o país asiático.

“Estou certo de que este ano atingiremos a meta estabelecida pelos chefes de Estado, Vladimir Putin e Xi Jinping, de aumentar o nosso comércio para 200 mil milhões de dólares”, acrescentou, referindo-se a um valor anunciado durante uma reunião entre os dois líderes, realizada em Moscovo, em março passado.

As palavras de Mikhail Mishustin surgem após os países membros do G7 (as sete democracias mais industrializadas) terem emitido fortes críticas contra os dois países, durante a cimeira do fim de semana passado, que se realizou no Japão.

No Fórum Empresarial Rússia – China em Xangai estiveram vários empresários russos, alvos de sanções ocidentais, particularmente nos setores da siderurgia, mineração e fertilizantes, segundo a agência de notícias Bloomberg.

Mishustin observou que a cooperação com a China no setor energético é uma “prioridade absoluta” para Moscovo, lembrando que a Rússia é o principal fornecedor de petróleo da China e que as suas exportações de gás natural e liquefeito para a China, bem como de carvão, estão a “aumentar constantemente”.

A China afirmou ser neutra no conflito na Ucrânia e que quer desempenhar o papel de mediador, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão.

As trocas comerciais entre China e Rússia aumentaram 34,3% no ano passado, permitindo a Moscovo atenuar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente.

O vice-primeiro-ministro russo responsável pela Energia, Alexandre Novak, também esteve presente no fórum empresarial.

“Os fornecimentos de energia estão a crescer em grandes volumes e aumentaram significativamente em 2022. Em 2023 haverá outro aumento, de cerca de 40%”, afirmou Novak, citado pelas agências noticiosas russas.

Na mesma intervenção, Novak avançou ainda que Moscovo já está “a resolver certas questões com os parceiros”, incluindo Pequim, para que sejam entregues à Rússia os equipamentos tecnológicos que mais fazem falta.

Desde a imposição das sanções ocidentais, na sequência da ofensiva militar no território ucraniano, a economia russa tem vindo a enfrentar escassez de componentes, principalmente de semicondutores, os ‘microchips’ encontrados numa ampla gama de dispositivos eletrónicos.

Mishustin, que assumiu o cargo em 2020, deve reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em Pequim, na quarta-feira, segundo uma nota difundida pela Embaixada da Rússia na China.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que espera que a visita “injete um novo ímpeto para aprofundar a cooperação e os intercâmbios entre os dois países em vários âmbitos”.

Questionada sobre a preocupação demonstrada por algumas nações ocidentais face ao estreitar dos laços económicos entre os dois países, Mao disse que a cooperação China – Rússia “não tem como alvo terceiros e deve estar livre da interrupção e coerção de terceiros”.

“Sempre nos opusemos a sanções unilaterais não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU e à jurisdição extraterritorial”, lembrou.

“A China vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos e legais das empresas chinesas”, assegurou.

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