Ronaldo não gostou de ir para o banco mas respeitou treinador
O selecionador português de futebol, Fernando Santos, admitiu esta sexta-feira que Cristiano Ronaldo ficou insatisfeito quando soube que seria suplente frente à Suíça, mas negou que o avançado tenha manifestado vontade de abandonar a concentração lusa no Mundial2022.
“Houve uma conversa, mal seria se não tivesse acontecido. Só dou a equipa no estádio, sempre fiz assim na minha carreira, mas essa conversa tinha de acontecer, era da mais elementar justiça, por se tratar do capitão de equipa, por ser quem é em termos de projeção, alguém que já deu muito ao futebol português. Pelo que representa para a equipa, eu tinha de ter essa conversa com ele”, começou por dizer, em conferência de imprensa.
Fernando Santos, que falava na antevisão à partida de sábado com Marrocos, dos quartos de final do Campeonato do Mundo, continuou a explicação sobre o que se passou entre as partes, assegurando que “a única conversa” que teve com Ronaldo “foi no dia do jogo” com a Suíça, “após o almoço”.
“Não tive nenhuma conversa com o Ronaldo antes. A única que tive, a explicar as razões por que não iria jogar, foi no dia do jogo. Reuni com ele, tivemos uma conversa e disse-lhe que não contava com ele de início, mas contava com ele para o jogo, até por uma questão de estratégia. Como é óbvio, o Cristiano não ficou satisfeito. Sempre jogou a titular. Mas foi uma conversa perfeitamente normal, tranquila. Ele não aceitou a questão de forma simples, o que é normal”, revelou o técnico.
E prosseguiu, assegurando que o avançado luso nunca mostrou a intenção de deixar a seleção: “Nunca, em momento algum, me disse a mim ou a alguém que queria sair da seleção nacional”.
De resto, Fernando Santos disse ser natural que um jogador fique insatisfeito quando não é titular, salientando mesmo que, “no dia em que houver um jogador que não fique descontente por não jogar, não pode voltar à seleção”.
“Todos ficam descontentes quando não jogam, seja aqui seja nos clubes. Têm essa ambição, de jogar sempre, de serem titulares, porque sentem que têm qualidade e valor para isso. No meu tempo, dizia-se que esses jogadores ficavam com azia. Eu até tive um treinador que nos dizia que tínhamos de ir ao talho comer umas iscas”, referiu.
O selecionador nacional deixou ainda elogios à personalidade de Cristiano Ronaldo e à forma como o capitão da equipa das ‘quinas’ tem sido “um exemplo”, inclusive no apoio aos colegas.
“Se há exemplo melhor é o que ele deu no jogo. Foi ele que deu o grito na cabine antes do jogo, saiu com os jogadores para fazer aquecimento, saltou nos golos todos, festejou. No fim, foi ele que chamou os colegas para irem agradecer ao público, mas a única coisa que notaram foi que ele saiu do relvado antes. Deixem o Ronaldo em paz, porque ele não merece, por tudo o que já deu”, concluiu sobre o assunto.
Portugal e Marrocos vão defrontar-se nos quartos de final do Mundial2022, no sábado, a partir das 18h00 locais (15h00 em Lisboa), no Estádio Al Thumama, em Doha.