O dia 1 de Dezembro é mais uma data importante para Portugal: representa a Restauração de 1640.
Recordemos em algumas linhas os acontecimentos da época e os que os precederam.
Após a morte prematura do jovem rei D. Sebastião em Alcácer Quibir, Filipe II de Espanha reinvidicou o direito à coroa portuguesa e subiu ao trono com o nome de Filipe I de Portugal. Durante sessenta anos, os reis de Espanha governaram o nosso país como reino separado.
No dia 1 de Dezembro de 1640, o 8° Duque de Bragança apoderou-se de alguns pontos estratégicos e formou um governo provisório.
No Museu Militar em Lisboa encontra-se um quadro intitulado “A Aclamação de D. João IV”, da autoria do pintor português Veloso Salgado, quadro esse bastante interessante sob o ponto de vista do processo da restauração.
Efectivamente, o momento histórico captado pelo pintor é sobretudo importante porque a aclamação do novo rei é anterior à convocação das Cortes, contrariamente ao que se tinha passado com D. João I em 1385. A razão deste acto compreende-se facilmente se pensarmos que, na opinião prevalecente na época, o trono não estava vago mas fora usurpado, sim, por um estrangeiro. A aclamação de D. João IV era, pois, um acto legítimo de restituição do poder a quem pertencia.
A oficialização desse acto obviamente só tomou lugar quando da coroação do rei a 13 de Dezembro, pondo oficialmente fim aos 60 anos de tutela espanhola.