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Quem somos, afinal?

De nós, diz-se que viemos do pó,
Do vazio, do nada,
Qual fenómeno milagroso,
Mas apenas e tão só
Somos uma espécie engraçada
Somos um animal perigoso.

Não importa o sexo, religião ou raça,
O grau de estupidez ou inteligência,
Porque em tudo o que a gente faça
Há arte, há magia e há ciência.
Não importa a idade,
Ama-se e odeia-se com a mesma intensidade.

Tão caridosos, tão bonitinhos,
Tão amigos das pessoas e dos animais,
Amigos das crianças e dos velhinhos
E outras coisas que tais.
Tão compreensíveis pois então,
Odiamo-nos no futebol, na política e religião.

Tantos que batem com a mão no peito
Outros que ao Senhor pedem perdão,
Mas é só pô-los a jeito,
Não ter a mesma religião,
E os bonzinhos, solidários e puros,
Do amor e compreensão, constroem muros.

Vem ao de cima a inflexibilidade
A intransigência e o desejo de julgar,
A intolerância, e esta mesquinhice mordaz,
De quem se acha dono da verdade
De quem não se sabe por no seu lugar
De quem de tudo se julga capaz.

Quem somos afinal?
De onde viemos e para onde queremos ir?
Nascemos, mas a nossa condição é mortal,
Entramos no mundo e do mundo vamos sair,
Por vezes de compreensões lerdas,
Com alguns ganhos, e com algumas perdas.

O planeta terra um paraíso,
As florestas, os rios, as montanhas
E tudo o que há de mais fantástico.
O aquecimento global como aviso
De um planeta que desfalece pelas entranhas
Num mar coberto de plástico.

Há um grito que se forma na garganta
Um desabafo pronto a soltar,
Escrever direito por linhas tortas
Soltar o grito como quem canta,
Na voz, o canto a gritar
Num mundo governado por idiotas.

É tempo de seguir novos trilhos,
De acordar para a verdade,
De lutar contra os idiotas,
Para que a herança dos filhos dos nossos filhos
Não seja uma cruel realidade
Escrita direita, por linhas tão tortas.

Mas…quem somos afinal?
Cruéis, destruidores, ciumentos,
Gananciosos, malfazejos sem igual,
Egoístas, convencidos, peneirentos?

Sim, somos tudo isso e muito mais,
Criativos, hábeis, inteligentes,
Enigmáticos e geniais,
Ternurentos, amigos e benevolentes.

Erguidos do pó, ao pó voltamos.
Teremos sempre estas qualidades e defeitos,
Tão só porque somos humanos
De todos os animais, os eleitos.

Somos donos da nossa vontade
Numa capacidade sem igual
Porque honestamente e de verdade
É-nos dada essa capacidade
de escolher entre o bem e o mal.

António Magalhães
(Possivelmente poemas)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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