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Que ler? Como ler?

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Certa vez escutei o nosso Mário Soares asseverar: “só os burros é que não mudam”. Logo choveu enxurrada de criticas sobre o político – considerado, pelos portugueses, como o pai da democracia, – acompanhada de ruidosos risos e sorrisos trocistas.

Não recordo, em que contexto proferiu a frase, mas que ao longo da vida sofremos metamorfoses é realidade incontestada.

Vamos abandonando “conchas”, como disse Pierre Theilhard de Chardin, no caminhar pelo percurso da existência .

O convívio, a idade, a experiência adquirida, e mormente: ler e pensar; pensar e ler, transforma-nos, “crescendo”, espiritualmente e culturalmente.

Vamos abandonando “conchas”, obtendo visões novas, alterando o nosso sentir e pensar, e o modo de encarar o mundo.

Ao referir a transformação, pela leitura, não abordo só a de ensaios e romances, mas a crónicas, muitas vezes excelentes, dadas à luz, na imprensa, de vida efémera, é certo, mas merecedoras de aturada reflexão.

Ao longo da vida, muitas vezes, mudei de parecer, influenciado pela leitura.

Refiro-me à leitura atenta, e não a realizada na escola, por obrigação; feita de espírito critico; parando a cada passo para pensar e meditar: na frase feliz e conselho oportuno.

Leitores há – “devoradores” de livros, – que lêem tudo que a crítica ou livreiro recomenda. Em regra, premiada (sabe-se lá como!). Lêem por distração…ou para matar o tempo…

A leitura proveitosa, que “eleva” e faz pensar, é a que passa pelo crivo da nossa critica: Concordo? Discordo? Está bem? Está mal?

A primeira leitura, de jacto, é para avaliar a obra, o enredo, se é romance: geralmente de pouco proveito.

Mas, ao reler e tresler penetra-se no “sumo” do livro; saboreia-se a elegância, a subtileza da frase, e assimila-se, igualmente, o pensamento do escritor ou filósofo.

Não é a muita leitura que transforma, mas assimilar o raciocínio de grandes espíritos.

Nem tudo que se edita é recomendável, mas somente a que alimenta o espírito e eleva a alma.
Obras há, que melhor é não as ler, porque prejudicam a alma, ainda que apresentem saborosa prosa e esplêndido estilo.

Cabe a cada um, escolher ou aconselhar-se, com intelectuais competentes, de boa formação moral, para buscar os livros na floresta dos escaparates do livreiro.

Termino, desejando boa e proveitosa leitura.

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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