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Quase 40 milhões de europeus não têm dinheiro para férias

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Segundo a Confederação Europeia dos Sindicatos estes dados coincidiram com o aumento dos lucros das empresas europeias.

Mais de 38 milhões de trabalhadores na Europa não podem pagar uma semana de férias apesar de terem um emprego a tempo inteiro, segundo um estudo da Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) publicado esta segunda-feira.

“As férias não devem ser um luxo, pois são cruciais para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores”, disse a vice-secretária-geral da CES, Esther Lynch, num comunicado.

De acordo com o estudo, a proporção da população que não pode pagar férias aumentou em mais da metade dos estados-membros da União Europeia (UE) desde 2019 e a proporção de trabalhadores sem essa capacidade financeira cresceu em 11 países.

“A UE e os governos nacionais têm a responsabilidade de proteger a negociação coletiva como a melhor maneira de garantir que os trabalhadores possam aproveitar a vida em vez de simplesmente sobreviver”, disse Lynch.

Os números são baseados numa análise de dados oficiais do Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE, realizada pelo European Trade Union Institute, um centro de pesquisa independente da CES.

Os resultados indicam que a Roménia, com 47%, a Grécia, com 43,4%, a Lituânia, com 41%, e a Croácia, com 39,7%, eram os países com maior proporção de trabalhadores que não podiam pagar uma semana de férias em 2020.

Os países com maiores aumentos percentuais, entre 2019 e 2020, de trabalhadores que não puderam viajar de férias por uma semana foram a Lituânia, com um aumento de 12,4%, a Bulgária, com 4,8%, e a Grécia, com 2,1%.

No que respeita aos valores totais, devido à elevada população, estima-se que Itália, com oito milhões, Espanha, com 4,6 milhões, e França, com 4,1 milhões, tivessem o maior número total de colaboradores que não puderam usufruir de uma semana de férias em 2020.

A estes países seguiram-se a Roménia, com 3,9 milhões, e a Grécia, com 1,6 milhões de trabalhadores.

Segundo a CES, esses dados coincidiram com o aumento dos lucros das empresas europeias, o que significa que executivos e acionistas acumularam mais dinheiro, em detrimento dos trabalhadores europeus. “O aumento da desigualdade nas férias mostra que a economia europeia não está a funcionar para os trabalhadores”, acrescentou Lynch, no comunicado.

“Sem um aumento salarial justo, empresários e políticos irão voltar das suas próprias férias de verão para enfrentar um outono de raiva, seguido de um inverno de descontentamento”, alertou.

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