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Português vive há 10 anos no Aeroporto de Bruxelas

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“Manuel” é o nome fictício de um sem-abrigo português, recentemente entrevistado pela SIC Notícias, que há 10 anos vive dentro do aeroporto de Bruxelas. O Consulado na capital belga só agora tomou conhecimento do caso, mas já está no terreno a apoiar o emigrante.

Chegou a Bruxelas em 1979, quando tinha apenas 20 anos. Conseguiu trabalho e seguiu a sua vida. Nos anos 90, regressou temporariamente a Portugal, mas quatro anos depois decidiu voltar a mudar-se para a Bélgica.

Com 55 anos, ficou desempregado. Foi aí que tudo começou.

Sem dinheiro para pagar uma renda, viu-se forçado a procurar alternativas para passar a noite. O aeroporto de Bruxelas foi o local escolhido, por considerá-lo “mais higiénico e mais seguro (chegou a ser agredido enquanto dormia na rua)”, e de lá não sai há precisamente uma década.

É nesta “casa”, para a qual se mudou por força das circunstâncias, que passa os dias e as noites. Diz que “durante três ou quatro anos” não parou de procurar emprego, mas esbarrou sempre na porta de entrada “devido à idade”.

Agora, com 65 anos, está a tentar voltar ao país que o viu nascer: “Se apanhar a pensão, vou logo para Portugal e deixo tudo. Com muito prazer e muita coragem. Estou motivado para isso. Vou voltar a trabalhar naquilo que gosto, que é o campo”, disse à repórter Joana Frexes, correspondente da SIC Notícias e do Expresso em Bruxelas.

A história de “Manuel” chegou agora ao Consulado-Geral de Portugal em Bruxelas. Joana Estrela, chefe da missão adjunta e encarregada da secção consular, garante que apesar de receber pedidos de ajuda de cidadãos portugueses todos os meses, ainda não tinha conhecimento desta situação.

Ao encontrarem “Manuel” no Aeroporto, os serviços consulares detetaram que os seus documentos de identificação haviam perdido a validade em 2011. Foram, entretanto, renovados.

Uma associação de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo está a ajudar “Manuel” a tratar dos trâmites da reforma para que possa voltar de vez ao país que o viu nascer.

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