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Português emigrado em Wuhan diz-se motivado para o futuro

Um português que recusou abandonar Wuhan durante o isolamento devido à covid-19 afirma-se “motivado para o futuro” à medida que a cidade chinesa retorna gradualmente à normalidade, mas preocupado agora com a família e amigos no exterior.

“É um sentimento de grande alívio”, conta à agência Lusa Rui Severino, luso-australiano radicado há quatro anos em Wuhan, onde é treinador de cavalos de corrida. “Já podemos ver a luz ao fundo do túnel”, diz.

Com cerca de 11 milhões de habitantes, Wuhan foi colocada em 23 de janeiro sob quarentena, com entradas e saídas interditas, três semanas depois de, num curto despacho publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua, terem sido, pela primeira vez, noticiados casos de pneumonia viral na cidade.

Citando a Comissão de Saúde local, a Xinhua escreveu que os pacientes tinham todos ligações a um mercado de marisco situado nos subúrbios de Wuhan. Na altura, as autoridades afastaram a possibilidade de contágio humano e apontaram para uma nova “doença misteriosa”, que se acabaria por alastrar por todo o mundo.

Após o isolamento de Wuhan, Severino poderia ter sido retirado com o apoio das autoridades australianas ou portuguesas devido à sua dupla nacionalidade, mas recusou, apontando a “responsabilidade” para com a sua equipa de trabalho e a possibilidade de estar a pôr em perigo o país de destino.

“Nunca me arrependi de ter recusado o repatriamento”, assegura. “Fui sempre bem tratado e apoiado aqui”, conta.

A preocupação agora está com os pais, que vivem em Portugal, e os filhos, que estão na Austrália.

Ambos os países aprovaram medidas de quarentena e isolamento, semelhantes às que paralisaram a China durante quase dois meses.

“Estou sempre em contacto com eles diariamente, mas as medidas de quarentena dão-me um certo descanso”, aponta.

Wuhan prevê suspender as medidas de isolamento a partir de 08 de abril, voltando a permitir saídas e entradas na cidade. Por enquanto, alguns distritos, que foram todos classificados individualmente por níveis de risco, já estão abertos, com negócios como padarias, lojas e centros comerciais a reabrirem gradualmente.

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