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Portugal vai criar laboratório de investigação clínica

Duas escolas médicas, uma unidade hospitalar e quatro centros de investigação uniram-se para criar um grande laboratório que junta Porto e Lisboa, com o objetivo de promover investigação médica com elevada aplicabilidade na clínica e na comunidade.

A criação deste laboratório associado RISE – Rede de Investigação em Saúde, dedicado à investigação clínica e de translação em Portugal, foi hoje anunciada pela Fundação Ciência e Tecnologia, tendo por objetivo fortalecer a investigação em saúde, desde os estádios pré-clínicos e clínicos até ao nível da comunidade, juntando universidades e prestadores de cuidados de saúde, no âmbito dos objetivos da política nacional para a Ciência e a Tecnologia.

Em comunicado enviado à Lusa, o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, sublinha que “a criação deste Laboratório Associado vem colmatar uma falha há muito sentida na investigação em saúde no nosso país, pois irá permitir uma melhor articulação entre a academia, hospitais e centros de saúde, visando colocar os resultados da investigação clínica e de translação ao serviço dos doentes e da sociedade em geral”.

“Acresce que o modelo organizativo preconizado é bastante inovador, pois o RISE será gerido de uma forma descentralizada e em rede, permitindo assim uma maior eficiência na gestão dos recursos disponíveis e facilitando a realização de estudos multicêntricos e multidisciplinares”, acrescenta.

Constituído por cinco grandes linhas de investigação (Ciências Cardiovasculares, Oncologia, Doenças Inflamatórias e Degenerativas, Políticas de Saúde, Tecnologia e Transformação Digital, Saúde Comunitária e Desafios Societais), o Laboratório Associado RISE vai juntar mais de 220 investigadores doutorados e 120 estudantes de doutoramento.

Segundo o coordenador do RISE, Fernando Schmitt, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), pretende-se “criar e desenvolver um ambiente focado na investigação em equipa, onde as descobertas serão rápida e eficientemente implementadas para melhorar a saúde humana”.

O RISE distingue-se ainda por unir, pela primeira vez, as faculdades de Medicina do Porto e de Lisboa num projeto desta dimensão.

Citado no comunicado, Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), refere que “o RISE é absolutamente pioneiro em Portugal na área da investigação clínica e de translação, mostrando que é possível criar uma estrutura forte nesta área, competitiva no panorama internacional, reforçando, assim, a visibilidade e credibilidade externa da ciência médica portuguesa”.

Fausto Pinto considera que “tal só foi possível devido ao juntar de esforços e vontades de grandes instituições universitárias, como é o caso da FMUL e a FMUP, reforçando, assim, o impacto que estruturas como a ora criada podem ter, usufruindo das complementaridades dos parceiros que a geraram”.

Mais de metade dos investigadores que integram o RISE são médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, “o que contribuirá para aproximar as prioridades de investigação às necessidades diariamente identificadas no contacto com os doentes”, acrescenta a FMUP no comunicado.

O RISE contará ainda com a colaboração de outros investigadores, tais como biólogos, economistas, bioestatistas, informáticos e cientistas de dados.

O novo laboratório, segundo o seu coordenador, Fernando Schmitt, é “a combinação perfeita de conhecimento científico e inovação produzida em unidades de investigação e universidades com a vida quotidiana concreta dos doentes, instituições de saúde, decisores e empresas”.

“Pretendemos ser o principal protagonista e catalisador na mudança do panorama da investigação clínica, translacional e comunitária em Portugal”, acrescenta o responsável.

Sediado na Academia, o RISE foi criado através da fusão do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da UnIC – Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular, duas unidades de investigação instaladas na FMUP, com o CCUL – Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa da FMUL e o CI-IPOP (Centro de Investigação do Instituto Português de Oncologia do Porto – IPO-Porto).

A estas entidades juntaram-se ainda investigadores da NOVA Medical School, da Escola Superior de Enfermagem do Porto e da Universidade de Aveiro.

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