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Portugal mostrou as suas potencialidades ao mercado norte-americano

O talento português no setor da tecnologia esteve em foco num fórum organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Nova Iorque, que expôs todas as potencialidades lusitanas ao mercado norte-americano.

Trata-se da 5.ª edição do ‘Portugal Economic Forum’ que, após um interregno de dois anos motivado pela pandemia de covid-19, voltou em força com três painéis dedicado a várias vertentes da tecnologia, com cerca de uma dezena de oradores de empresas de renome.

O primeiro painel, denominado “Da Startup ao Unicórnio” e moderado por Carolina Rendeiro, fundadora da Connect2Global, focou-se na jornada de determinadas empresas desde a sua criação até se tornarem Unicórnios, ou seja, quando atingem um valor de mercado superior a 1.000 milhões de dólares sem terem presença na bolsa.

O painel foi composto por Marcelo Lebre, co-fundador da companhia Remote, e por Tim Ferriss, um ‘angel investor’ – que faz investimentos com seu próprio capital em empresas com alto potencial de crescimento, como startups -, que compartilharam com o público experiências e desafios que enfrentaram.

“Portugal – a nova casa da Global Tech” foi o tema do segundo painel, que contou com a moderação de Yvonne Rothschild, diretora Executiva da EACCNY, e com a participação de Luís Henriques, presidente da AICEP; Maria Saldanha, ‘country manager’ da Mastercard em Portugal; Silvia Bechmann, CEO da Mercedes-Benz.io e que lidera a operação portuguesa e os restantes mercados a partir de Portugal.

Este painel teve como objetivo mostrar as razões que levaram essas empresas a estabelecerem as suas operações em Portugal, identificando as vantagens que as levaram ao sucesso.

O último painel focou-se no “Futuro da Inteligência Artificial” e na importância da mesma no nosso quotidiano, com vários especialistas neste campo a compartilharem as suas visões sobre o seu impacto nas indústrias, na força de trabalho e questões de privacidade de ‘big data’.

A fundadora da Defined.ai, Daniela Braga; a chefe de investigação de Inteligência artificial da JP Morgan Chase, Manuela Veloso; o presidente do Armis Group, Carlos Costa; e o co-fundador da Unbabel, Vasco Pedro, foram os oradores, num painel que teve como moderador Matthew Hutson, da revista The New Yorker.

Em declarações à Lusa, o presidente da AICEP explicou que “talento” é a palavra que melhor define Portugal.

“Portugal conseguiu demonstrar nos últimos anos que o tipo de talento que tem é absolutamente diferenciador para vários setores, mas acima de tudo para o setor de alta tecnologia e para o desenvolvimento de ‘software’”, disse Luís Henriques.

“Todos reconhecem que Portugal tem talento e tem outra coisa que é fundamental para potenciar isto ainda mais: é um país completamente aberto a talento de fora, (…) que recebe muito bem as pessoas. Isto permite uma combinação de atração do melhor que há de talento no mundo e, portanto, Portugal está muito bem posicionado para continuar a atrair empresas no setor da tecnologia, no setor dos serviços e dos centros de competências, mas também na indústria. Mas hoje aqui o foco de facto é tecnologia e serviços”, frisou. 

Na plateia estavam dezenas de ‘players’ norte-americanos que trabalham no setor financeiro ou em associações ou empresas norte-americanas, assim como representantes de companhias portuguesas.

“O nosso grande objetivo é passar a mensagem do que está a acontecer em Portugal. Temos bons resultados de investimento, temos bons resultados nas exportações e a audiência aqui, em Nova Iorque, é sobretudo importante para efeito de notoriedade, para passarem a mensagem através do setor financeiro, através das sedes para as subsidiárias espalhadas pelo mundo fora. Portanto, o nosso foco é esse e é um encontro que valeu a pena manter”, afirmou o presidente da AICEP.

Outro dos pontos que diferenciam Portugal de países concorrentes é o facto de a “maior parte dos jovens portugueses falarem pelo menos duas línguas estrangeiras”, sublinhou Luís Henriques.

“Esta geração que está a vir para o mercado agora é altamente qualificada (…) e não temos medo nenhum de dizer isso, porque são os rankings internacionais que comprovam isso. São os clientes e investidores estrangeiros que comprovam isso. Mas esse é um fator onde nós nos diferenciamos pela positiva, mas concorremos com outros. O fator em que nos diferenciamos em absoluto é quando comparamos o facto de a maior parte dos jovens portugueses falarem pelo menos duas línguas estrangeiras”, observou. 

“E isso é muito importante, sobretudo para empresas nos Estados Unidos. A principal língua estrangeira que os jovens portugueses falam é o inglês, e depois tipicamente falam outra, o que ajuda imenso. (…) É particularmente conveniente que um jovem português consiga não só falar inglês, como francês com o colega francês que está em França. E esta combinação é absolutamente chave para a produtividade das multinacionais”, frisou.

O ‘Portugal Economic Forum’ deste ano contou ainda com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, do embaixador de Portugal em Washington, Francisco Duarte Lopes, do delegado da AICEP nos Estados Unidos, João Mota Pinto, e da cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luisa Pais Lowe. 

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