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Portugal investe 900 mil euros em porcelana chinesa e joia de Maria Pia

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O Estado português vai comprar uma porcelana chinesa e uma joia da rainha Maria Pia, num valor total de 860.000 euros, para incorporar no Museu Nacional e Arte Antiga e no Palácio Nacional da Ajuda.

A pequena jarra de porcelana chinesa, um gomil que foi encomendado pelo rei Manuel I (1469-1521) ao imperador Zhengde (1506-1521), será adquirida à fundação Ricardo Espírito Santo Silva por 825.000 euros e a joia da rainha Maria Pia (1847-1911) é comprada a um particular por 35.000 euros, revelou o ministério da Cultura em comunicado.

“São peças que, vendidas em leilão e no mercado internacional, muito provavelmente teriam um valor muito superior àquele que é a aquisição do Estado. (…) É garantir que estas peças ficam em Portugal e ficam disponíveis para a fruição pública”, explicou o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, aos jornalistas, a propósito destas duas aquisições, à margem de uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

A peça de porcelana irá fazer parte da coleção do Museu de Arte Antiga e a joia de Maria Pia ficará da coleção do Palácio Nacional da Ajuda.

As duas aquisições são feitas através da Comissão para Aquisição de Obras de Arte para os Museus e Palácios Nacionais, criada este ano no âmbito da revisão do Estatuto do Mecenato Cultural, com um orçamento de dois milhões de euros.

A comissão é composta pelo diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, e pelos diretores dos Museus Nacionais de Arte Antiga (MNAA), Joaquim Caetano, do Azulejo (MNAz), Alexandre Pais, do Soares dos Reis (MNSR), António Ponte, e do Palácio Nacional da Ajuda – Museu do Tesouro Real, José Alberto Ribeiro.

Esta estrutura funcionará nos atuais moldes até 31 de dezembro de 2023, mas terá continuidade em 2024 com um novo enquadramento, no âmbito de uma restruturação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) que está a ser preparada pelo atual Governo.

“A nossa ambição é fazermos mais aquisições, reforçarmos a dotação para aquisições. Foi o que já fizemos este ano. A questão do prazo da comissão é apenas porque ao fazermos a reorganização [da DGPC] isso acabará por ter impacto num conjunto de estruturas criadas nesse âmbito”, explicou o ministro.

A aquisição hoje anunciada do gomil de porcelana e do colar de Maria Pia junta-se a sete obras de arte já adquiridas, por proposta daquela comissão, num investimento global de 1,4 milhões de euros.

Para o MNAA foram adquiridas três obras da coleção Alexandre de Sousa Holstein, duas das quais da autoria de Francisco Vieira ou Vieira Portuense: “Banquete do Gama na Ilha dos Amores” e “Vasco da Gama presenteando o Samorim de Calecute”; uma pintura flamenga do início do século XVI, representando três Santos; um retrato do cardeal D. Henrique, de Domenico Tintoretto; e a pintura “Mês de Abril”, de Baltasar Gomes Figueira e Josefa de Óbidos.

Para o Museu Nacional do Azulejo foi adquirido um painel disposto em três cenas – “Morte de Golias por David”, “Triunfo de David” e “David eliminando o leão e o urso” -, com “provável manufatura de Cornelis Van der Kloet, pai do autor dos azulejos da Igreja da Madre de Deus”, resultante de “uma encomenda feita para um espaço português, provavelmente religioso”.

A compra destas sete obras contou com “apoio mecenático do Imamat Ismaili, entidade liderada pelo príncipe Aga Khan, que apoiou com 250.000 euros a compra de uma salva de prata do séc. XVI para o Museu do Tesouro Real, pelo montante global de 930.000 euros”, segundo o ministério, num comunicado divulgado em dezembro.

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