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Portugal desafiado a apostar no turismo inclusivo

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A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência considerou esta semana que o grande desafio no turismo acessível para todos (inclusivo) passa por os empresários perceberem que esta é uma área que gera valor e rentabilidade.

O turismo inclusivo, segundo Ana Sofia Antunes, “pode trazer muito retorno e crescimento económico ao país”.

A governante, que falava nos Paços do Concelho da Lousã, no encerramento da conferência “Região de Coimbra: Destino Acessível”, promovida pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, salientou que Portugal não pode “desperdiçar” este mercado.

De acordo com a secretária de Estado da Inclusão, os estudos mostram que na Europa existem 127 milhões de pessoas com deficiências e incapacidades que anualmente viajam.

“Estas pessoas não viajam sozinhas, só para se ter ideia do mercado que estamos a desperdiçar”, disse Ana Sofia Antunes, realçando que este segmento é aquele “que viaja mais, por mais tempo, tem mais condições económicas para gastar dinheiro e que volta e é mais fiel quando é bem tratado”.

Na sua intervenção, frisou que o turismo acessível a todos não é “para pessoas em cadeira de rodas”, salientando que o mercado é constituído, “mais do que pessoas com deficiência, por pessoas com incapacidades resultantes da idade, que vão querer viver mais com qualidade de vida”.

“O turismo é um setor que gera receitas e precisa de perceber que parte desse resultado deve ser investido na criação de condições de inclusão, porque isso é valor e vai trazer um retorno muito maior”, sublinhou.

A governante disse que as acessibilidades físicas “são as mais difíceis de ver plenamente cumpridas e implementadas, porque são as mais caras”, embora tenha sido possível “já mobilizar muito dinheiro para isto”.

Ana Sofia Antunes recordou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) mobilizou para cessibilidades físicas 50 milhões de euros e anunciou que estão abertas candidaturas para intervenções em habitações de pessoas com deficiência, sejam casa própria ou arrendadas, que permitam eliminar barreiras e permitam criar condições de fruição.

Na conferência foram apresentadas as iniciativas já realizadas na Região de Coimbra para se tornar um destino mais acessível, no âmbito do projeto AccessTUR, vencedor do Prémio Nacional de Turismo 2022 na categoria “turismo inclusivo”.

O AccessTUR – Centro de Portugal é um projeto de promoção do turismo acessível e inclusão social, promovido pela Accessible Portugal, com o apoio da Turismo do Centro e das sete comunidades intermunicipais da região Centro.

Durante três anos, de 2019 a 2022, o projeto atuou na qualificação da oferta e da procura turística, na desmistificação dos preconceitos e estereótipos sobre as pessoas com deficiência ou algum tipo de característica diferenciadora ou necessidades especiais, e no desenvolvimento do potencial turístico da Região Centro.

Na área da CIM Região de Coimbra e a nível nacional, o município da Lousã é dos mais avançados no turismo acessível, com um caminho nesta área percorrido desde 2011, tendo criado uma provedoria municipal para as pessoas com incapacidade, um selo de turismo acessível e apostado em projetos turísticos acessíveis.

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