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Planalto Mirandês com programas para fixar turistas

As entidades e agentes de promoção turística veem no Planalto Mirandês um “elevado potencial” para a captação de visitantes para o território, preparando programas para fixar os turistas em estadias acima dos três dias de permanência neste território.

O turismo natureza e ambiental, a gastronomia, a cultura local ou a degustação de produtos endógenos são o epicentro da oferta.

“É possível criar programas para que os turistas passem aqui três a quatro dias sem se aborrecerem, porque há muito para a descobrir num território que poderá ser visitável 355 dias por anos”, explicou à Lusa a diretora da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Isabel Castro.

Um dos pontos de maior procura neste espaço natural raiano são as arribas do Parque Natural do Douro Internacional que atravessam os concelhos de Miranda do Douro e Mogadouro.

Aqui, o “Canyon do Douro” proporciona um contacto direto com uma avifauna única em toda a Penínsulas Ibérica e onde se podem contemplar abutres, águias, grifos, cegonhas negras, milhafres ou corvos entre outras espécies rupícolas que por ali nidificam.

Para além da natureza, há património edificados de onde se destacam a “Cidade Museu” de Miranda do Douro, com edifícios de traça medieval e quinhentista onde está a antiga Sé Catedral ou o Museu Terras de Miranda.

Este território tem também casas de turismo rural, trilhos para caminhantes, observação de aves e até uma outra língua: o mirandês.

Os pauliteiros, a trilogia de instrumentos construídas por gaita de fole, caixa de guerra e bombo, são outros dos pilares da música tradicional, que começa a ultrapassar as suas fronteiras.

Para a diretora da TPNP, fixar turistas por mais de três dias no Planalto Mirandês passa por “mostrar-lhes o Norte desconhecido e a revisitação ao território”.

O pretendido pelas entidades promotoras passa por reduzir as assimetrias turísticas da região Norte e acabar com o turismo sazonal.

“É preciso cativar os turistas para outras experiências(…). Agora é preciso abrir portas a outro tipo de turistas que chega ao Norte de Portugal e encaminhá-los para rotas ainda um pouco desconhecidas”, observou.

Por seu lado, o operador turístico no Douro Internacional David Velasco disse que há boas sugestões para se passarem 72 horas de visita neste território com potencial, que se estende ao longo de fronteira com Espanha, desde o lago da Sanabria até ao estremo Sul do PNDI (Parque Natural do Douro Internacional), já no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.

“A partir do Planalto Mirandês há oportunidade de visitar cidades como Bragança, Zamora, Valladolid ou Salamanca. A Cidade de Miranda do Douro tem o privilégio de ficar num ponto central de Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica”, indicou o empresário.

Já o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, destaca o valor do património edificado e o turismo ativo no Douro Internacional, com múltiplas atividades.

“Podemos aliciar os turistas com elementos válidos que vão desde o património natural, passando pelo edificado e cultura, e estou certo que os turistas vão ficar atraídos por esta trilogia de elementos que dignificam uma região única em território peninsular”, enfatizou o autarca.

Ao turismo no Planalto Mirandês junta-se a “boa mesa”, com carnes das raças autóctones que proporcionam “excelentes manjares” desde a Posta à Mirandesa, passando pela carne de cordeiro de raça churra ou enchidos de porco bísaro.

Segundo dados solicitados da TPNP, no ano de 2015 houve 171.693 turistas no Planalto Mirandês, sendo que 137.311 correspondem a visitantes portugueses e 34.382 a visitantes estrangeiros.

Em 2016, foram contabilizadas 196.870 dormidas, das quais 160.181 nacionais e 36.689 estrangeiros.

Segundo a TPNP, a taxa de Crescimento de 2015 para 2016 foi de 14,67% no contexto dos nove concelhos da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás os Montes (CIM-TTM).

“Em concreto, e só o concelho de Miranda do Douro, o número de dormidas cresceu 23,79% acima dos outros concelhos da CIM- TTM. Os dados relativos a 2017, ainda não foram divulgados”, avançou fonte da TPNP.

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