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Petição iniciada por português pede libertação imediata de ativista palestiniano

Um português a residir no Canadá lançou uma petição, apoiada por uma rede internacional de assistentes sociais, a exigir a “libertação incondicional” de Munther Amira”, um palestiniano detido num protesto pelas forças israelitas em dezembro do ano passado.

Assistente social atualmente a concluir um doutoramento em Serviço Social na Universidade de Carleton, em Otava, Filipe Duarte lançou no dia 04 de janeiro deste ano, uma petição online exigindo a libertação imediata e incondicional do ativista.

“O compromisso de Munther na defesa dos direitos das crianças palestinianas define claramente aquilo que são os valores e princípios do Serviço Social segundo a Federação Internacional dos Assistentes Sociais (IFSW) – promover e defender a paz, a justiça social e os direitos humanos para melhorar o bem-estar e a emancipação dos seres humanos”, afirmou o português à agência Lusa.

A prisão e detenção arbitrária do assistente social palestiniano Munther Amira de 48 anos gerou ao longo dos últimos dois meses “uma onda de protesto e solidariedade por parte da comunidade internacional de Serviço Social, bem como entre os defensores e ativistas de direitos humanos”, acrescentou.

Munther Amira foi preso por soldados israelitas nos territórios ocupados da Palestina no dia 27 de dezembro de 2017, enquanto participava numa manifestação na cidade de Belém, na Palestina.

“O palestiniano protestava contra a detenção da adolescente de 16 anos, Ahed Tamimi (atualmente com 17 anos), presa por militares israelitas no dia 19 de dezembro, após ter sido filmada a agredir um soldado. Hora antes, o militar tinha baleado na cabeça, o seu primo que ficou em como induzido por 72 horas”, explicou.

Desde a sua detenção a 27 de dezembro 2017, Munther Amira teve já seis audiências judiciais num tribunal militar. A detenção do ativista foi estendida até ao dia 12 de março, data da próxima sessão do julgamento.

Munther Amira está indiciado de 13 crimes por participar em cinco manifestações, algumas delas em datas anteriores à sua detenção.

Os crimes de que é acusado são “participar em manifestação sem autorização” e “atirar pedras aos militares israelitas”.

A petição online no site Change.org “Unconditional Release of Palestinian Social Worker Munther Amira” conta já com mais de 12 mil assinaturas de assistentes sociais e defensores dos direitos humanos de todo o mundo. A petição tem como destinatários o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e vários organismos das Nações Unidas.

No seguimento da petição, a Federação Internacional dos Assistentes Sociais (IFSW) e várias associações nacionais de Serviço Social, entre elas as do Reino Unido, Nova Zelândia, Palestina, Turquia, Canadá, Irlanda e Irão emitiram declarações exigindo a libertação imediata e incondicional do assistente social.

Filipe Duarte pediu ainda a “condenação da comunidade internacional” para a atuação de Israel, especialmente sobre as crianças e jovens palestinianas.

“Israel detém entre 500 e 700 crianças (12 e 17 anos) por ano. Elas são julgadas em tribunais militares com uma taxa de condenação de quase 100%. A grande maioria é acusada do crime de lançar pedras às forças militares, que estão fortemente armadas. Tal crime é punível, dependendo das circunstâncias, até dez ou vinte anos de prisão”, explicou.

Israel ocupa Jerusalém Oriental desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa.

A Palestina é desde 2012 “Estado observador não membro” da ONU, um estatuto que lhe permite integrar as agências da organização internacional e reunir com o Tribunal Penal Internacional (TPI). Mesmo assim, não é membro de pleno direito das Nações Unidas.

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