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Pessoa declamado em livraria histórica de Paris

Poemas de Fernando Pessoa ouviram-se em francês e português na histórica livraria Gallimard, em Paris, numa iniciativa que juntou editores, investigadores e curiosos do poeta português que continua a conquistar leitores em França.

Entre a leitura nas duas línguas de “Liberdade”, odes de Ricardo Reis, um dos heterónimos de Pessoa, e poemas de Alberto Caeiro, outro heterónimo, ou excertos do “Livro do Desassossego”, o som da língua portuguesa, as dificuldades de tradução e a amplitude da obra do poeta português foram discutidas por leitores franceses que continuam a querer explorar e conhecer o escritor.

“Pessoa atrai muita gente, como se pode ver esta noite. É um autor seguido e amado em França”, assegurou Marion, livreira da secção de poesia da Gallimard e coorganizadora do serão dedicado ao poeta português, em declarações à Lusa.

A Gallimard tem já uma longa história de organização destas sessões de leitura bilingue de autores estrangeiros.

Os poemas lidos a uma audiência atenta foram escolhidos por Michel Chandeigne, editor das edições Chandeigne, que se focam particularmente na literatura lusófona, e proprietário da Librairie Portugaise et Brésilienne, em Paris, e Joanna Cameira Gomes, tradutora e investigadora de Pessoa.

A Chandeigne conta no seu catálogo com alguns livros de Pessoa, que não só apresentam a versão traduzida dos poemas, mas também a versão original. Estes livros, segundo Michel Chandeigne, são uma forma de apresentar o poeta aos leitores.

“Quisemos fazer livros que faltavam aos leitores franceses para os introduzir [no universo] Pessoa. Temos duas antologias, uma delas para leitores mais jovens, que mostra o génio de Pessoa e um panorama dos seus poemas e do seu universo. Fizemos também o título ‘Lisbonne revisitée’, com a Joanna, para mostrar o que ele escreveu sobre a sua cidade”, afirmou Michel Chandeigne, reforçando que o interesse por este poeta em França “nunca diminuiu”.

Joanna Cameira Gomes, que colaborou na escolha dos poemas e textos para a edição de “Lisbonne revisitée”, a viver em França há oito anos, disse que Pessoa é visto como um poeta “misterioso”.

“Claro que Paris tem uma vida cultural muito ativa, mas há sempre público interessado em Pessoa, mesmo que não o conheçam e tenham só a ideia de um poeta e escritor misterioso”, afirmou a tradutora.

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