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Paris cenário de protestos contra lei da segurança

A manifestação realizada este sábado em Paris para protestar contra um controverso projeto-lei sobre “segurança global” avançado pelo Governo francês degenerou em vários incidentes violentos, existindo relatos de vários veículos incendiados, segundo avançou a agência France-Presse (AFP).

A agência noticiosa francesa relatou igualmente que várias fachadas de estabelecimentos, nomeadamente de um supermercado, de uma agência imobiliária e de um banco, também foram danificadas.

A manifestação, que teve início na zona norte da capital francesa, foi acompanhada por um forte dispositivo de segurança, depois de no passado sábado outro protesto em Paris, convocado igualmente para contestar o polémico projeto-lei, ter degenerado em confrontos entre as forças policiais e ativistas mais radicais.

Durante o protesto, projéteis foram lançados contra as forças policiais, que responderam com gás lacrimogéneo, de acordo com o testemunho dos jornalistas da AFP destacados no local.

Pelo menos 22 pessoas foram detidas, informou, entretanto, o Ministério do Interior francês.

“Todos odeiam a polícia”, gritavam alguns dos participantes no protesto, relatou a AFP, indicando que barricadas também foram incendiadas.

Protestos contra este novo projeto-lei sobre “segurança global” ocorreram hoje em quase 90 cidades em França, apesar de o Governo francês ter anunciado, entretanto, a intenção de rever os aspetos mais controversos do novo diploma.

Estas manifestações juntaram-se a outras ações de protesto que tinham sido convocadas igualmente para este sábado pelos sindicatos para denunciar a crescente precariedade do emprego em França.

Por exemplo, segundo relatou a AFP ao início de hoje à tarde, vários milhares de pessoas, incluindo muitos elementos do movimento social dos “coletes amarelos”, desfilavam em Paris contra a precariedade do mercado de trabalho e em defesa pelas liberdades.

Aprovado no passado dia 24 de novembro pelos deputados da Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês), o controverso projeto-lei sobre “segurança global” visa expandir alguns poderes e fornecer uma maior proteção às forças de ordem pública.

Entre outros aspetos, o texto adotado em novembro prevê um controlo da gravação e da divulgação indevida (com possível punição) de imagens relacionadas com as forças de ordem pública, algo que foi classificado por várias vertentes da sociedade francesa como um ataque à liberdade de imprensa e de expressão.

O Governo francês já admitiu, entretanto, rever este artigo específico do projeto-lei, mas os organizadores das manifestações de hoje consideram isso como insuficiente e exigem a retirada total do novo diploma que qualificam como liberticida.

A polémica em redor deste diploma surge num momento em que o país tem sido abalado por alguns casos de violência policial, como foi o caso da recente situação que envolveu um produtor de música negro espancado por polícias à entrada de um estúdio de música em Paris.

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