de um lado, do outro
as trincheiras limítrofes
de um, do outro lado, que separam a
guerra
onde diariamente nos confrontamos: chamadas
perdidas
perdidas chamadas em
terras de nevoeiro.
aqui, a guerra é um escombro
de nós. plantámos minas
em vão, ambos com medo
do chão, ambos com medo
do seu término.
de um e outro lado espingarda
sem cravo apontada ao peito a bala
o único entrave à paz é a falta de sol.
nenhuma bandeira é branca como a trégua
da tua própria palidez
neste deserto légua de
nudez
onde outrora gladiámos sem
público, ninguém atenta à guerra
antes da contagem oficial de mortos
antes dos votos
ninguém atenta à Terra.
onde nos despimos de munição e
como granadas em fúria
nos destroçamos ao contacto
e fingimos viver
para que nunca a paz nos separe.