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Papa Francisco: os avós e os idosos não são sobras de vida

O Papa alertou este domingo no Vaticano para o abandono dos mais velhos, numa homilia lida durante a celebração do I Dia Mundial dos Avós e Idosos, na Basílica de São Pedro.

“Os avós e os idosos não são sobras de vida, desperdícios para deitar fora”, advertiu Francisco.

O texto foi entregue ao arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, que presidiu à Missa em nome do Papa.

O texto apelou a uma “aliança de vida” entre jovens e idosos, para combater “os laços desfeitos, as solidões, os egoísmos e as forças desagregadoras”.

Francisco recordou o olhar dos avós e idosos sobre a vida das crianças.

“Depois duma vida feita muitas vezes de sacrifícios, não se mostraram indiferentes a nosso respeito nem apressados, sem nos ligar, mas tiveram olhos atentos, cheios de ternura. Que olhar temos para os avós e os idosos? Qual foi a última vez que fizemos companhia ou telefonamos a um idoso para o certificar da nossa proximidade e deixar-nos abençoar pelas suas palavras?”.

A homilia papal alertou para uma sociedade “que corre, apressada e indiferente”, transformada numa “multidão anónima”.

Os avós, que alimentaram a nossa vida, hoje têm fome de nós: da nossa atenção, da nossa ternura; de nos sentir ao pé deles”, sublinhou Francisco.

O Papa renovou o seu pedido de que jovens e idosos se unam, os primeiros como “profetas do futuro” e os mais velhos como “sonhadores sempre incansáveis”.

“Perguntemo-nos: ‘Visitei os avós? Os idosos da minha família ou do meu bairro? Prestei-lhes atenção? Dediquei-lhes algum tempo?’”, questionou, “guardaram-nos no caminho do nosso crescimento, agora cabe-nos a nós guardar a vida deles, aliviar as suas dificuldades, atender às suas necessidades, criar as condições que lhes permitam ver facilitadas as suas tarefas diárias e não se sintam sozinhos”.

A homilia papal falou dos mais velhos como “pão que alimenta” a vida das famílias e da sociedade, defendendo um olhar agradecido por tudo o que fizeram.

“Por favor, não nos esqueçamos deles. Aliemo-nos com eles. Aprendamos a parar, a reconhecê-los, a ouvi-los. Nunca os descartemos. Guardemo-los amorosamente. E aprendamos a partilhar tempo com eles. Sairemos melhores. E juntos, jovens e idosos, saciar-nos-emos à mesa da partilha, abençoada por Deus”, concluiu.

O Papa Francisco instituiu a celebração de um ‘Dia Mundial dos Avós e dos Idosos’, que se assinala no quarto domingo de julho, junto à celebração litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho).

 

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