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Olha a campanha eleitoral! Olha o passarinho!

Tenho seguido através das redes sociais as campanhas eleitorais, principalmente do meu concelho de origem e dos limítrofes, que se situam no interior do centro de Portugal.

Ao ver as fotografias divulgadas pelas diferentes candidaturas o que sinto é que vale (desde já) a pena fazer política por isso, pela oportunidade de viver essa experiência – ser candidato, defender um projeto coletivo, sair em campanha para a rua ao encontro das pessoas.

Nas campanhas – e nas fotografias que as documentam – vivem-se momentos ímpares e isso é tão evidente nos rostos que as protagonizam que me exercem algum fascínio. Parece-me que acontece por confluência de fatores – admiro pessoas com ideais, que os defendem mesmo que tal comporte riscos (mais não seja o risco de perder a eleição, mas compreendo que existam outros), que não se deixam corromper pela “ordem das coisas” ou pelo marasmo que a mantêm (onde também se inclui a crítica pela crítica), que têm noção de “coisa pública” (res publica) e agem motivados por ela e por um projeto de futuro que beneficie a sua terra e as suas gentes, dando voz a muitas vozes silenciadas. E que fazem tudo isto com a humildade de quem reconhece que um cargo político é antes de mais estar ao serviço do Outro. Não é uma profissão. É uma missão. Tem um profundo sentido de dádiva.

Por isso é que as candidaturas de “egos” ficam mal na fotografia (seja em campanha ou no final dos seus mandatos). E é também por isso – porque exige uma dedicação que não se reduz ao horário laboral e um compromisso que interfere com muitos outros aspetos da vida, especialmente da pessoal – que devemos reconhecer o mérito quer daqueles que formam projetos alternativos aos vigentes com determinação e ousadia, como daqueles que andam “há uma vida” nestas lides e que apresentam os seus projetos de continuidade. Se uns e outros o fizerem na convicção de poderem prestar o melhor serviço à causa pública (leia-se à sua terra e gentes), uns e outros merecem total reconhecimento. O resto – a eleição – decide o cidadão no uso da sua liberdade democrática.

Das campanhas fica ainda a cor e a vida que os candidatos e as suas comitivas levam às aldeias dispersas nesse interior rural. Cenários perfeitos. Cores perfeitas. Gente boa e genuína a precisar de dias melhores.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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