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OGBL apela à participação na Greve das Mulheres a 7 de março

A Greve Nacional das Mulheres, prevista para o dia 7 de março no Luxemburgo, diz respeito a todas as mulheres. E a todos os homens também. A Greve das Mulheres é organizada pela plataforma JIF-Luxembourg (Journée Internationale des Femmes au Luxembourg, i.e. Dia Internacional das Mulheres no Luxemburgo) e por várias organizações associadas, como é o caso da OGBL e do seu Departamento das Mulheres “OGBL Equality” (*ler a segunda parte do texto). Mas, saliente-se, que todos os departamentos e sindicatos da nossa central sindical fizeram já questão de se posicionarem publicamente para afirmarem a sua solidariedade com a Greve das Mulheres no Luxemburgo.

Quem faz as tarefas domésticas lá em casa?

Nesta primeira edição no Luxemburgo da Greve das Mulheres, esta greve foca-se no “care work”, ou seja, todo o trabalho feito em prol dos outros, as tarefas que consistem em “cuidar” (care) dos outros, seja na lida da casa, de cuidar de crianças, de idosos da família, ou de outras pessoas, seja numa atividade remunerada ou não, trabalho que não é valorizado e que é, ainda hoje, maioritariamente feito por mulheres.

“Cuidar” inclui assim todas as tarefas domésticas como limpar, cozinhar, lavar roupa, passar a ferro, fazer compras, cuidar e educar crianças… Na nossa sociedade, este trabalho não é considerado economicamente interessante, pois não produz nenhum bem e não traz nenhum lucro comercial. No entanto, sem este trabalho feito de forma cuidadosa, esmerada e esforçada, a vida em sociedade seria impossível, as relações humanas deteriorar-se-iam e a coesão social estaria em perigo.

Estas tarefas (de “care”) são ainda hoje principalmente feitas por mulheres e a maioria acredita que as mulheres são “geneticamente predestinadas” para este trabalho.

No dia 7 de março, as mulheres fazem greve porque cuidar dos outros é um trabalho exigente do ponto de vista físico e mental; porque cuidar dos outros não deve ser apenas um trabalho feito por mulheres; porque cuidar dos outros não deve ser considerado um trabalho invisível; porque cuidar dos outros não é valorizado nem remunerado ao seu justo valor; porque cuidar dos outros não é um dom inato das mulheres, mas uma capacidade adquirida. E se é adquirida para as mulheres, também o pode ser para os homens!

Como participar na Greve das Mulheres?

A mulheres que desejem participar de forma ativa na Greve das Mulheres, no sábado, dia 7 de março, podem fazê-lo das seguintes formas:

Greve real na vida privada: Nesse dia não faça trabalho doméstico, peça ao seu companheiro ou marido para o fazer; nesse dia diga ao seu marido ou companheiro para cuidar das crianças.

Greve simbólica nas empresas: Que ações simbólicas da Greve das Mulheres podem as trabalhadoras de uma empresa organizar na empresa em que trabalham? Aqui algumas ideias da plataforma JIF:

– O Plenário das Mulheres: o Delegado Sindical da Igualdade (nas empresas com mais de 15 trabalhadores) pode organizar uma vez por ano uma reunião plenária para todas as mulheres da empresa, para discutir as condições de trabalho, de tratamento e outras questões relativas a este assunto.

– Greve parcial: As mulheres de uma empresa podem organizar-se e negociar com a direção da empresa um direito temporário à greve (15-30 minutos) ou uma pausa prolongada para todas as mulheres, de modo a manifestarem o seu desagrado ao facto de muitas empresas pagarem salários de forma diferenciada a homens e mulheres.

– Greve do vestuário: As mulheres vão trabalhar com um crachá “Greve das Mulheres”, ou vestem-se de roxo, ou colocam uma fita roxa no cabelo, à volta do braço, pescoço, etc, em sinal de solidariedade com a greve.

– Greve verbal: Neste dia, responda apenas por sim e por não, sendo o mais lacónica possível, em sinal de protesto.

– Greve de zelo: Faça o seu trabalho, mas mais nada. Não há extras neste dia.

– Seja visível: Faça uma foto/selfie sozinha ou com  colegas arvorando uma bandeira roxa da Greve das Mulheres em frente às instalações da empresa; depois publique as fotos nas redes sociais.

– Faça ouvir sua voz: Reserve uma sala de reunião da empresa e convide as colegas a vir escrever num quadro ou num caderno (de forma anónima ou não) as reivindicações, exigências, testemunhos, críticas, em relação ao trabalho das mulheres na empresa.

– Manifestação no local de trabalho: Coloque bem em evidência no seu local de trabalho ou escritório (portas ou janelas) a bandeira roxa da “Greve das Mulheres”.

– O protesto da maquiagem: Vá trabalhar com uma maquiagem de “guerreira”, com listas na cara, por exemplo.

– A greve das redes sociais: Coloque na sua foto de perfil o logo “Mulheres em greve”.

– A voz das mulheres: Faça uma sondagem na sua empresa sobre as condições de trabalho das mulheres.

– A greve musical: Elabore uma playlist feminista no seu telefone ou iPod e ponha a tocar onde estiver (a plataforma JIF disponibiliza um aplaylist feminista no seu site)

– A greve das respostas automáticas: no dia 7 de março, qualquer pessoa que fale consigo (por voz, sms, e-mail, mensagem, telefone, etc), informe-a que nesse dia se assinala  a Greve das Mulheres e explique as razões e as exigências da greve

– A greve da cor roxa: faça o que fizer nesse dia, faça-o com a cor roxa, que simboliza a Greve das Mulheres: desde usar uma T-Shirt roxa, um lenço, um crachá, o importante é mostrar essa cor, para chamar visualmente a atenção para com a greve

NOTA do JIF e da OGBL: Nem todas as formas de ação são adequadas para todas as empresas. Antes de organizar uma ação na sua empresa, aconselhamo-lo/la a contactar a OGBL e a sua Delegação do Pessoal para garantir o enquadramento legal e o correto desenrolar da ação. 

Para os homens que querem ser solidários com esta causa: Há muitas formas de apoiar a Greve das Mulheres como, por exemplo, fazendo um donativo (https://www.fraestreik.lu/crowdfunding/), ou assumindo as (ou mais) tarefas domésticas, ser o babysitter de serviço enquanto a mulher participa na Greve das Mulheres, ou mesmo participando na manifestação no bloco de solidariedade dos homens.

PROGRAMA DA GREVE DAS MULHERES, 7 e 8 de março

Sábado, 7 de Março de 2020

Manhã/Hora do almoço: Ações locais e/ou temáticas

15:00 Concentração na Place d’Armes. A manifestação parte em direção ao Parlamento (Câmara dos Deputados), passa junto à Gëlle Fra (place de la Constitution), para chegar às Rotondes, em Bonnevoie.

18:00 After-Party nas Rotondes com música ao vivo e DJs.

Domingo, 8 de março de 2020

14:00-17:00 Reunião aberta ao público, em que se vai fazer a avaliação àprimeira edição da Greve das Mulheres, na Abadia Neimënster, no Grund.

17:00 Peça de teatro “Footnotes”, na Abadia Neimënster, no Grund.

Mais informações em: www.fraestreik.lu

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OGBL reestrutura o seu Departamento das Mulheres

Moderna, inclusiva, pensada em equipa, solidária, feminista: este é o lema do novo Departamento das Mulheres da OGBL, que a partir de agora aparecerá sob o nome “OGBL Equality” (OGBL Igualdade). Com um novo logotipo e uma nova página no Facebook, o Departamento das Mulheres continua com renovado vigor e motivação a longa luta das mulheres sindicalistas pela igualdade de género, justiça salarial, autodeterminação económica e liberdade das mulheres no local de trabalho e em todas as áreas da vida.

Revigorar este departamento era importante porque o trabalho sindical também é um assunto de mulheres e os direitos das mulheres são um campo de ação sindical fundamental!

Apenas dois anos após a fundação da OGBL em 1979 foi criado o Departamento das Mulheres. Desde então, o foco tem sido a igualdade e a justiça de género. O recrutamento de membros e de ativistas, e a promoção de uma presença mais forte das mulheres em todas as estruturas da OGBL continuam a fazer parte da missão. O departamento representa todas as trabalhadoras, funcionárias públicas, mulheres em formação profissional, estudantes, alunas, desempregadas e reformadas membros da OGBL.

Recentemente, em reunião estatutária, o departamento elegeu uma nova presidente, Tina Koch; Catherine Molitor e Sylvie Lombardi são as duas novas vice-presidentes; e Mireille Folschette a nova secretária. Desde janeiro, Michelle Cloos é a responsável do departamento junto da Comissão Executiva da OGBL. A mudança de nome de Departamento das Mulheres da OGBL para OGBL Equality mostra também que este quer abrir-se a pessoas não-binárias (com mais do que um género).

O novo departamento tem muitas atividades agendadas para este ano, sendo a primeira de todas a participação ativa na Manifestação das Mulheres e na Greve das Mulheres, no dia 7 de Março de 2020, na cidade do Luxemburgo.

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Agenda:

7-8 de março: A OGBL participa e apoia a Greve das Mulheres. Dia 7, sábado, de manhã: Ações locais e temáticas; de tarde: Grande manifestação na cidade do Luxemburgo; à noite: Serão Feminista nas Rotondes, Bonnevoie. Dia 8, domingo: Encontro aberto para a avaliação do dia da Greve das Mulheres na Abadia Neimënster, Grund. Mais informações em: www.fraestreik.lu

11 de março, 18h30: Encontro de candidatos para as eleições da Câmara dos Funcionários e Empregados Públicos, no Casino Syndical de Bonnevoie

28 de março, 15h30: Marcha pela Paz, concentração no Glacis e na Place Clairefontaine, na cidade do Luxemburgo.

28 de abril, 18h: Encontro politico por ocasião do Dia do Trabalho (1°de Maio) no Centro Desportivo Roll Delles, em Mondorf-les-Bains.

29 de abril, 8h-18h: Fórum para a Segurança e a Saúde no Trabalho, na Luxexpo, em Kirchberg

1 de maio, 11h-18h: Festa do Trabalho e das Culturas pelo 1° de Maio, na Abadia Neimënster, em Luxemburgo-Grund.

Informações práticas:

SICA: O Serviço Informação, Aconselhamento e Assistência (SICA) da OGBL tem novos horários de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Os horários e os dias de atendimento foram alargados para melhor atender os sócios.

=> A OGBL informa e explica. A OGBL é a n°1 na defesa dos direitos e dos interesses dos trabalhadores e dos reformados portugueses e lusófonos. Para qualquer questão, contacte o nosso Serviço Informação, Conselho e Assistência (SICA), através do tel. 26 54 37 77 (8h-17h) ou passe num dos nossos escritórios: 42, rue de la Libération, em Esch-sur-Alzette; 31, rue du Fort Neipperg, na cidade do Luxemburgo; e noutras localidades. Saiba onde se situam as nossas agências no Grão-Ducado e nas regiões fronteiriças em www.ogbl.lu.

 

 

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