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O português que está a mudar o som dos filmes de Hollywood

“Aquaman”, “Mulher-Maravilha”, “O Dia da Independência: Uma Nova Ameaça”, “Homem-Aranha: Regresso a Casa”, “Ralph vs Internet”, “Gru – O Maldisposto 3”, “Emoji”, “Carros 3”, “A Múmia”. Estes e outros filmes de Hollywood, com estrelas como Tom Cruise, Willem Dafoe ou Robert Downey Jr, recorreram a tecnologia 100% portuguesa: o programa informático Sound Particles é utilizado no design de áudio pelos principais estúdios de cinema e foi finalista dos prémios científicos da Academia em 2018. Agora, está nomeado, com o plugin Doppler + Air, para outro importante galardão, atribuído pela Cinema Audio Society, cuja cerimónia se realiza a 16 de fevereiro, em Los Angeles.

A empresa, atualmente avaliada em mais de um milhão de euros, baseia-se num software desenvolvido nas horas vagas por Nuno Fonseca, antigo professor do Politécnico de Leiria, revelou a rádio TSF.

A ideia de base deste produto é aplicar técnicas de computação gráfica ao design de áudio. Uma das principais funcionalidades com caráter inovador que o Sound Particles apresenta é o conceito de sistemas de partículas. Ou seja, permite poupar tempo e ampliar a escala, o que resulta em cenas muito mais complexas.

A história começou em 2014, quando Nuno Fonseca está nos Estados Unidos a participar numa conferência científica e aproveita para fechar o primeiro negócio. “Algumas semanas antes dessa viagem mandei meia dúzia de e-mails para pessoas em estúdios de Hollywood, a dizer que estava a trabalhar nesta área e que achava que este software podia ser particularmente interessante para grandes produções”, recorda.

“E a primeira resposta que tive foi do Skywalker Sound, criado pelo George Lucas aquando da Guerra das Estrelas e que atualmente é a maior empresa de som para cinema em todo o mundo, que me convidou para ir ao Skywalker Ranch fazer uma apresentação para a equipa de sound designers deles. E, desde aí, mais ou menos num espaço de seis meses, acabei por dar palestras em todos os grandes estúdios: na Universal, na Warner Brothers, na Paramount, na Fox”, explica.

São já 40 filmes e uma nomeação para os prémios científicos da Academia. A empresa de Leiria quer popularizar o Sound Particles e crescer na indústria de videojogos. Para tanto acaba de angariar 400 mil euros de financiamento da Indico, uma sociedade portuguesa de capital de risco.

 

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