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O “foco” de Luís Montenegro e o “foco” na propaganda

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O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, fez uma comunicação ao Pais na Quarta-Feira, às 20 horas, para dizer que “Portugal é um dos Países mais seguros do mundo“, e tinha ao seu lado a Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco e a Ministra da Justiça, Rita Júdice. Montenegro quer assim tranquilizar os portugueses, mas dá ideia que que consiga o efeito contrário, pois faz uma comunicação em horário nobre, quando normalmente tal acontece é para anunciar algo novo. Além de críticas da oposição, houve criticas dentro dos sociais-democratas, que suportam o Governo. Montenegro comunica mal desde que foi eleito Presidente do PSD e nesta comunicação ao País aproveitou para anunciar verbas para aquisição de viaturas a disponibilizar às forças de segurança que já estavam previstas antes da governação da AD.

Ora se o País é seguro, como diz o Primeiro-Ministro, qual a necessidade de o vir dizer àquela hora sem motivo especial que não soe a propaganda e sem que  isso passe uma ideia de alarme? Se entende haver motivo para tal, não poderia fazê-lo feito a Ministra da Administração Interna num horário normal?

Parece-me que Luís Montenegro, que diz à beça que governa para as pessoas; que não governa a pensar em eleições; que o governo faz; e tutti quanti, está a dar a face ao Chega. Não apenas porque pega nas suas bandeiras, mas também porque medidas e posições destas são meros actos populistas. De igual modo se pode dizer com as que designou “acções de proximidade“, quando mandou as diversas forças policiais para o terreno a fazer rusgas. André Ventura capitula esfregando as mãos com estas contradições de Montenegro. 

Um governo que diz não governar a pensar nas eleições, que quer ser discreto e cujo “foco” – étimo utilizado à beça não apenas pelo Primeiro-Ministro, mas também por cada membro do Governo, não é governar para as os paridos, é governar para a população, tem uma forte e permanente presença nas redes socias com vídeos fluentes de cada Ministro a anunciar actos meramente correntes.

Luís Montenegro assim que tomou posse como Primeiro-Ministro tomou uma pose discreta, tipo estadista com ar circunspecto e a fugir dos jornalistas, e do pouco que comunicava era através de outros membros do Governo. Governo que por sinalmantinha uma comunicação dúbia, até aos casos da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, aquando a fuga dos cinco reclusos daPrisão de Vale dos Judeuse os fogos de Outubro e da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que teve uma actuação igualmente péssima aquando as várias mortes previsivelmente porfalta de resposta do INEM. Montenegro se estivesse na oposição exigiria a demissão da Ministra, ainda que eu não seja sequaz de demissões a qualquer custo, esta, além do que é tradição, teve uma dimensão escabrosa e terá havido ineficácia directa de Ana Paula Martins e do INEM, com o agravo de que a responsabilidade não foi apenas sua, mas também más políticas do próprio governo.

Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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