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O biquíni foi inventado há 74 anos

Foi há 74 anos que o engenheiro de automóveis Louis Réard apresentou o primeiro biquíni da era moderna, revolucionando a moda de praia.

A 5 de julho de 1946, a Piscina Molitor, em Paris, foi cenário do lançamento que marcou a história. Micheline Bernardini, dançarina de casino, de 19 anos, foi a única a aceitar desfilar com o conjunto de duas peças inspirado no atol de Bikini, no Pacífico Sul, onde os EUA tinham acabado de testar a quarta explosão nuclear. Era feito em algodão e estampado com reproduções de jornais. Outra alusão aos ensaios atómicos que provocaram efeitos colaterais na população atingida.

Perante a nudez dos pacientes, os militares cobriam as partes íntimas com folhas antigas do “The New York Times”. O designer sabia que ia causar impacto com uma bomba que não provocou vítimas, mas feriu suscetibilidades, por isso batizou a inovação como “bikini”. Parte do Mundo ficou chocada, a Igreja indignou-se e a comercialização foi mesmo proibida em alguns países da Europa.

Foi apenas na década de 1950 que estrelas de cinema impuseram a tendência, encorajando a emancipação. Primeiro nos ecrãs, até que Brigitte Bardot, aos 18 anos, surpreendeu. Quando ninguém se atrevia a usar biquíni em público, exibiu o seu minúsculo modelo na Croisette, em Cannes, à margem do festival de cinema. Tornou a peça icónica, mas o pudor persistiu.

Dez anos depois, em Monte Gordo, Algarve, a atriz sueca Ingrid Bergman, em plena ditadura de Salazar, foi multada por “indecência” ao passear à beira-mar com um provocante coordenado.

Mas os biquínis foram derrubando preconceitos, havendo propostas para todos os gostos, mesmo sem total consenso. Em pleno século XXI, há países árabes que ainda os proíbem e nos EUA, em 2019, foram banidos do concurso Miss América para as concorrentes não serem julgadas “pela aparência física”, mas sim por outros valores.

 

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