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Novo rumo

Uma folha branca

A minha caneta prateada começa a escrever

 

Sentada aqui, olhar vazio

E uma sensação de incompreensão

Nesse corpo agora só meu

Corpo abominado

Mente confusa

Nessa alma pura

 

Sei quem sou

Sei!

 

Mas esse anjo negro penetrou-me mais uma vez

E o meu corpo luminoso aparece nesse espelho

Réprobo, amaldiçoado

Nenhuma beleza aparente

E o anjo grita: “ Olha-te bem nesse espelho!”

 

A mente navega, navega nesse outro mundo

E duas frases voam no ar: “A nossa força de vontade e a persistência” “ Tu és magnífica”

E apenas uma palavra me ocorre nesse momento na minha mente perversa: “Foda-se!”

Corpos magníficos de mulheres perfeitas passeiam pelo oceano

Sorrisos aparentes

Corpos elegantes definidos pela nossa sociedade

 

E o anjo negro paira no ar com um sorriso malicioso

Mas eu ignoro-o, ignoro-o e deixo-o ir, ir ter com o Corvo

Esse Corvo que vai exprimir futilidades em comentários

 

E eu percorro esse meu novo rumo

O rumo final à minha felicidade merecida

 

Não, não procuro o sublime

Não, não procuro o belo

Apenas procuro um saber viver na alegria e na tristeza

Não, nada disso

Isso, eu já o vivo

 

Procuro o meu corvo

E vou à procura do meu corvo, esse que ficará sempre ao meu lado

Ao meu lado na presença

Ao meu lado na ausência

 

E agora choro, sorrio, rio às gargalhadas

Eu quero lá saber dos corvos

Corvos altivos cheios de palavreados sinceros rastejam a meus pés

E eu, eu uso e abuso desses corvos como me dá na gana

Eu sempre Eu

Eu quero ser emancipação

Eu quero ser justiça

Eu quero ser liberação

Sim, sou Mulher rara

Mas, por agora, sou esse espectro electromagnético.

 

BV

02.03.2018

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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