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Nova Iorque: restaurante português sente que clientela precisa de si

A quarentena e limitações devido à pandemia de covid-19 obrigaram um restaurante português em Nova Iorque a passar a operar como um estabelecimento de ‘fast-food’ (comida rápida), disse a cogerente Sofia Chaves, num encontro virtual da associação luso-americana NYPALC.

“Parece que passámos a ser um restaurante de ‘fast-food’”, afirmou Sofia Chaves, cogerente do Mateus’ Restaurant and Bar, um negócio familiar português inaugurado em 1991, em Queens Village, Nova Iorque, EUA.

A luso-americana, nascida em Nova Iorque, filha de pais portugueses, partilhou a experiência durante uma reunião virtual da associação NYPALC, moderada por Crystal Fernandes e Carla Pinto.

“As pessoas já não querem esperar” dentro do restaurante, que teve de fechar as áreas do bar e de refeições, explicou Sofia Chaves.

Os clientes “entram, fazem a encomenda e saem”, pelo que as entregas têm de ser feitas “lá fora”, continuou cogerente, acrescentando que alguns clientes pedem para serem contactados por telefone quando a comida está pronta ou pedem para fazer os pagamentos por telefone, reduzindo, assim, o contacto ao máximo.

“Estávamos habituados a dar as boas-vindas quando os clientes entrassem, falar e interagir com os clientes e temos muitas saudades disso”, sublinhou a gerente, afirmando que os trabalhadores sentem que passam “o dia todo fechados”.

Segundo a responsável do estabelecimento, o espaço está a dar 25% de desconto em refeições porque a situação está difícil e percebe “como é que os clientes estão”.

“Temos uma clientela leal, que depende nós [e quer que] estejamos aqui todos os dias e fiquemos abertos”, continuou Sofia Chaves, no encontro virtual promovido pela NYPALC.

Dirigindo-se diretamente ao público, Sofia Chaves disse: “Precisamos de vocês mais do que nunca. Estamos aqui para vocês. Sabemos que precisam de tempo para desanuviar. Talvez estejam sempre ao computador, em reuniões com estudantes, ou a cuidar de outras pessoas”.

“Estamos aqui para cozinhar para vocês. Não precisam das panelas e caçarolas, nós temos tudo. Encomendem de nós, porque precisamos de estar juntos nisto”, declarou a luso-americana.

Milhares de bares e restaurantes de Nova Iorque tiveram de fechar em meados de março, limitados a fazer entregas ao domicílio ou ‘take-out’, devido à pandemia do novo coronavírus.

Dois meses depois, o estado mantém as restrições para os estabelecimentos da restauração, tal como para muitas atividades do dia a dia.

O levantamento de medidas de restrição no estado de Nova Iorque vai ser feito por regiões e por fases, mantendo-se o confinamento até 28 de maio, com estado de emergência até 13 de junho.

O restaurante português localizado em Queens Village “teve de mudar a tática de trabalho” e passou a ter equipamentos de proteção pessoal, como máscaras e luvas para toda a equipa, especialmente na cozinha, para além das tocas e aventais normais, para “proteger trabalhadores e clientes”, adiantou a cogerente.

Sofia Chaves sublinhou que o estabelecimento está a receber apoios de outros pequenos negócios locais em Nova Iorque e que todos precisam ainda mais do público nesta altura.

“Sabemos que não vai ser fácil, mas vamos tentar de tudo para fazer o trabalho avançar e seguir todos os protocolos”, declarou a responsável.

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